Três soldados e 123 militantes do Boko Haram morreram, na sequência de ataques do grupo islamita nigeriano contra um contingente do Exército do Chade no norte dos Camarões.
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Doze soldados também ficaram feridos nos ataques perpetrados pelo grupo na quinta e na sexta-feira perto da cidade fronteiriça de Fotokol, de acordo com um comunicado do Estado-maior das Forças Armadas chadianas.
O Chade destacou, no passado dia 17, um contingente de tropas e viaturas militares para o país vizinho para lidar com a crescente ameaça que o Boko Haram representa para a região.
Os soldados foram mortos por engenhos explosivos improvisados, de acordo com o mesmo comunicado citado pela agência AFP.
O Boko Haram lança, com frequência, ataques contra Fotokol, a partir do seu reduto na cidade nigeriana de Gamboru, a apenas 500 metros de distância.
Na sexta-feira, a União Africana instou à criação de uma força regional de cinco países, com 7 500 efetivos, para derrotar o "horrendo" crescimento do grupo extremista nigeriano Boko Haram.
"O terrorismo, em particular a brutalidade dos extremistas do Boko Haram contra o nosso povo, é uma ameaça à nossa segurança e desenvolvimento coletivos", realçou a presidente da comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, no discurso de abertura da cimeira de dois dias do bloco, em Adis Abeba, na Etiópia.
Considerando que o Boko Haram é uma ameaça que galga as fronteiras da Nigéria, a mesma responsável defendeu que a atual crise exige, por isso, "uma resposta coletiva, eficaz e decisiva" das nações africanas.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse aos líderes africanos que o Boko Haram constitui "um evidente perigo para a paz e segurança nacional, regional e internacional".
A insurreição do grupo tornou-se numa crise regional, com os quatro países diretamente afetados - Nigéria, Camarões, Chade e Níger - a acordarem, a par do Benim, impulsionar a cooperação com vista a conter a ameaça e a formar uma "task force" multinacional.
A violência da insurreição do Boko Haram e consequente repressão pelas forças armadas nigerianas já causaram mais de 13 mil mortes desde 2009 e perto de 1,5 milhões de refugiados e/ou deslocados.