O presidente dos EUA visitou finalmente, esta terça-feira, a devastada ilha de Porto Rico. Desvalorizou o número de mortos e ainda brincou com o custo da tragédia no orçamento federal.
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"Dezasseis em milhares", disse Donald Trump, comparando o número de mortos provocados pelo furacão Maria, que atingiu a ilha de Porto Rico no final do mês de setembro, com o rasto de morte deixado pelo Furacão Katrina, "a verdadeira catástrofe", ocorrida há 12 anos. O presidente norte-americano afirmou mesmo que as autoridades de Porto Rico deveriam orgulhar-se de apenas terem morrido 16 pessoas na passagem do furacão Maria.
A juntar ao "elogio", Trump tentou fazer humor para mostrar simpatia com aqueles que foram vitimados pela passagem do furacão na Ilha. Dirigindo-se a Porto Rico em geral, Trump lamentou e disse: "Vocês fizeram-nos rebentar com o nosso orçamento porque nós gastamos uma grande quantidade de dinheiro em Porto Rico". "Mas está tudo bem."
A visita sucedeu-se a uma troca de acusações acesa entre o presidente dos EUA e a presidente da capital de Porto Rico, San Juan, Carmen Yulín Cruz. A autarca acusou a administração federal de estar a matar a população porto-riquenha com "ineficiência e burocracia".
Em resposta, Trump criticou Carmen Cruz e outros responsáveis de Porto Rico de "fraca liderança" e de não terem capacidade para conseguir que os "seus trabalhadores ajudem".
Em entrevista, o presidente defendera depois a resposta do Governo à catástrofe, ignorando as vitimas. "No Texas e na Florida nós tivemos nota alta", disse, acrescentando que tem a certeza de que o trabalho feito em Porto Rico "foi igualmente bom".
Trump viaja a seguir para as Ilhas Virgens norte-americanas, onde as pessoas "trabalham duramente".