Trump diz que Deus... e um gráfico sobre aumento da imigração ilegal lhe salvaram a vida
Donald Trump virou a cara para mostrar um gráfico sobre o aumento da imigração ilegal no exato momento em que o atirador de 20 anos disparou a arma contra o ex-presidente dos EUA, durante um comício republicano no sábado, na Pensilvânia.
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O tema principal da convenção do partido Republicano em Milwaukee, na terça-feira, foi o aumento da imigração ilegal durante o mandato de Joe Biden, o mesmo assunto que terá impedido Donald Trump de ser atingido de forma mais perigosa no comício de sábado, na Pensilvânia.
O atirador de 20 anos, Thomas Matthew Crooks, disparou contra o antigo presidente dos EUA e atingiu mais três pessoas, durante o comício republicano em Butler. Trump foi atingido na orelha, dois apoiantes ficaram feridos e um homem de 50 anos morreu ao servir de escudo à filha e à mulher para as proteger dos disparos.
No momento do tiro, o ex-presidente norte-americano virou a cara para mostrar um gráfico que indicava a evolução da imigração ilegal durante a administração de Biden. De acordo com o candidato republicano, esse gesto salvou-lhe a vida.
"Olhem para este gráfico. Olhem para a seta de baixo, a grande seta vermelha. Foi quando deixei o cargo, foi o ponto mais baixo", afirmou Trump pouco antes do tiroteio."Esta seta representa o número mais baixo de imigrantes ilegais de que há registo na história. E depois apareceu o pior presidente da história do nosso país e vejam o que aconteceu ao nosso país. Provavelmente 20 milhões de pessoas. E este gráfico é um pouco antigo, tem provavelmente dois meses, mas se querem mesmo ver alguma coisa, vejam o que aconteceu...". Foi neste momento que Crooks disparou a espingarda semi-automática e atingiu Trump na orelha.
De acordo com uma sondagem da Ipsos/Reuters, citada pelo jornal espanhol "El País", dois terços dos seus apoiantes acreditam que foi a intervenção da “providência divina ou da vontade de Deus” que salvou Trump.
O antigo presidente dos EUA admitiu ao "The New York Times" que o gráfico lhe "salvou a vida". Também o congressista republicano Ronny Jackson relata que Trump lhe disse que se "não tivesse apontado para aquele gráfico e virado a cabeça para olhar para ele", a bala lhe teria "atingido em cheio na cabeça".
No entanto, não há forma de comprovar que a bala lhe teria acertado na cabeça, provocando-lhe a morte, caso não estivesse a olhar para o gráfico. "Só Deus impediu que o impensável acontecesse", escreveu o candidato nas redes sociais.
Trump reafirma poder e recebe apoio de ex-rivais
Trump afirmou, depois do tiroteio, que esperava que o incidente unisse o país. Não só conseguiu que um crítico seu, J. D. Vance, se tornasse o candidato a vice-presidente, como no segundo dia da convenção do Partido Republicano recebeu o apoio dos pré-candidatos que humilhou durante as eleições primárias.
Nikki Haley, ex-embaixadora norte-americana junto da ONU, concedeu na terça-feira "forte apoio" a Donald Trump e apelou "à unidade" e ao voto no magnata. "Donald Trump tem o meu forte apoio, ponto final. (...) Pelo bem da nossa nação, temos de escolher Trump", instou a ex-governadora da Carolina do Sul, aplaudida pela plateia.
O dia também ficou marcado pelo discurso do governador da Florida, Ron DeSantis, outro político humilhado por Trump durante a campanha.
Após a convenção, Trump vai viajar para Michigan para um comício de campanha no sábado, uma semana após a tentativa de homicídio.