O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, cedeu o controlo dos seus negócios aos dois filhos mais velhos e a um colaborador, mas não vai vender os seus ativos na empresa.
Corpo do artigo
Donald Trump assegurou também, em conferência de imprensa, que os seus filhos não vão discutir consigo as decisões empresariais que tomarem.
Trump prevê doar o lucro que os seus hotéis obtenham de governos estrangeiros ao Tesouro
A sua advogada, Sheri Dillon, explicou que a empresa de Donald Trump não vai fazer novos negócios no estrangeiro durante a sua presidência e que as operações domésticas vão ser alvo de uma escrupulosa supervisão para evitar conflitos de interesse.
Donald Trump prevê também doar todo o lucro que os seus hotéis obtenham de governos estrangeiros ao Tesouro norte-americano.
A advogada assegurou que assim que tomar posse como presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro, o empresário vai afastar-se do seu negócio e só "saberá de um acordo se o vir nos jornais ou na televisão".
Agência federal para a ética critica decisão
O diretor da agência federal para a ética dos titulares de cargos governamentais criticou a intenção do presidente eleito de manter o seu império empresarial.
A alternativa seria a venda e colocação dos lucros num designado 'fundo cego', assim chamado porque o seu beneficiário desconhece os ativos que o compõem, aprovado pelas autoridades.
O diretor do Gabinete da Ética Governamental (OGE, na sigla em inglês), Walter Shaub, considerou que a solução de Trump para uma potencial cascada de conflitos éticos provocada pelos seus interesses empresariais quebra 40 anos de precedentes feitos por presidentes dos dois partidos.
Walter Shaub, nomeado em 2013 pelo presidente cessante, Barack Obama, defendeu publicamente que Trump deveria reconsiderar o seu plano antes da sua tomada de posse e concordar "em desinvestir", um processo no qual ele vende os ativos empresariais e coloca a receita num fundo cego administrado por um gestor neutral aprovado pelo OGE.