O presidente norte-americano, Donald Trump, recuou nas críticas que fez sobre a gestão das negociações do Brexit e encorajou a primeira-ministra britânica, Theresa May, a garantir um acordo que permita trocas comerciais entre os EUA e o Reino Unido.
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"Mas tudo o que fizerem está bem para mim. Essa é uma decisão vossa. Tudo o que fizer está bem connosco. Certifique-se apenas que podemos fazer comércio juntos, isso é tudo o que importa aos Estados Unidos", afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa em Londres.
Em entrevista publicada na edição desta sexta-feira do jornal "The Sun", Trump criticou a estratégia de May para o Brexit e afirmou que a proposta de uma zona de comércio livre "provavelmente mataria" um acordo de livre comércio entre Washington e Londres.
Porém, na conferência de imprensa conjunta com Theresa May, prometeu um "grande acordo comercial bilateral com o Reino Unido".
"Esta é uma oportunidade incrível para os nossos dois países e vamos aproveitá-la em pleno", disse Trump, referindo que se trata de uma "negociação muito complicada e não é uma negociação fácil. Isso é garantido".
Sobre a entrevista ao tabloide The Sun, que foi publicada juntamente com a gravação em áudio, Trump acusou de promover "notícias falsas" ["fake news].
Numa resposta posterior, Trump desafiou May a negociar um acordo que permita negociar condições diferentes de comércio com os EUA.
"A única coisa que peço é que ela trabalhe para que possamos ter um comércio justo porque não temos um acordo justo com a União Europeia agora sobre o comércio, eles tratam horrivelmente os Estados Unidos, e isso vai mudar. E se não mudar, eles vão ter que pagar um preço muito alto e eles sabem o que é esse preço", ameaçou.
Trump lamentou a existência de barreiras a certos produtos agrícolas e aos automóveis, resultando numa alegada desvantagem de 151 mil milhões de dólares (130 mil milhões de euros).
Os dois líderes estiveram reunidos em Chequers Court, a residência de campo da primeira-ministra, a 65 quilómetros de Londres.
O Presidente dos EUA chegou ao Reino Unido na tarde de quinta-feira e foi homenageado pela primeira-ministra com um jantar no Palácio de Blenheim, onde participaram empresários e personalidades de vários setores.
Na manhã desta sexta-feira assistiu a exercícios militares por forças conjuntas dos dois países.
A visita termina com uma visita de Donald Trump e da mulher Melania ao palácio de Windsor, onde se vai encontrar com a rainha Isabel II.
Trump foi recebido com protestos em várias partes do país, sobretudo em Londres, onde milhares de pessoas desfilam nas ruas, juntamente com balão gigante de seis metros.
O balão representa Trump de fralda e um telemóvel na mão, que os promotores, um grupo de artistas, consideram mostrar a personalidade de "um bebé zangado com um ego frágil e mãos minúsculas".