A Turquia comprometeu-se, esta terça-feira, em integrar a coligação internacional contra os "jihadistas" do Estado islâmico, garantiu o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, após um encontro com o seu homólogo turco.
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"A Turquia é membro de corpo inteiro desta coligação e estará envolvida na primeira linha", declarou John Kerry na sequência de uma reunião com o chefe da diplomacia de Ancara, Mevlut Cavusoglu.
A Turquia tinha até ao momento manifestado diversas reservas a integrar a coligação, numa altura em que o Estado islâmico (EI) no Iraque detinha como reféns 49 cidadãos turcos libertados no sábado.
Segundo a imprensa turca, os reféns - sequestrados em Mossul (norte do Iraque) em junho - foram libertados em troca de 50 membros do EI.
Por seu turno, Cavusoglu declarou que a Turquia localizou e expulsou mais mil combatentes estrangeiros de 75 países.
"A Turquia assumiu uma parte muito importante nesta responsabilidade. Mobilizámos recursos para a deteção e expulsão de mais de mil combatentes terroristas estrangeiros provenientes de quase 75 países", precisou o ministro turco durante um fórum sobre o combate ao terrorismo, à margem da Assembleia geral da ONU que decorre em Nova Iorque.
Ancara tem sido frequentemente acusada de manter relações ambíguas com os "jihadistas" estrangeiros que atravessam a sua fronteira para combater na Síria.
Apesar dos contínuos desmentidos, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, é acusado de ter apoiado os grupos rebeldes sírios mais radicais, incluindo o EI, para acelerar a queda do regime de Bashar al-Assad.
Em declarações aos jornalistas em Nova Iorque, Erdogan manifestou o seu apoio aos bombardeamentos dos Estados Unidos e de vários países árabes contra posições do EI na Síria, apesar de não precisar qual o envolvimento do seu país nesta ação militar.
"Não tenho informações claras sobre o que ocorreu e onde se bombardeou. O presidente [dos EUA, Barack] Obama já declarou que os objetivos estão no Iraque a na Síria. A nossa posição sobre a operação contra a organização terrorista é positiva", disse Erdogan, que também participa na Assembleia geral da ONU.
No entanto, Erdogan não esclareceu se a Turquia se vai unir aos esforços militares internacionais contra o EI. "A Turquia cumprirá com as suas responsabilidades. Falaremos com o Governo [turco] quando regressarmos e decidiremos o que fazer", assinalou.