A plataforma digital de transporte Uber pagou cem mil dólares (85 mil euros) aos "hackers" que piratearam dados de 57 milhões de utilizadores e condutores da empresa e, na sequência do ataque informático, despediu o responsável pela área da segurança.
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Segundo a agência espanhola de notícias Efe, que cita a agência Bloomberg, a empresa, apesar de ter obrigação de informar as autoridades sobre o ataque informático, que terá ocorrido no ano passado, pagou aos "hackers" e encobriu o incidente.
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Apenas na terça-feira, num comunicado assinado pelo presidente executivo, Dara Khosrowshahi, a Uber veio revelar o ataque informático, sublinhando que foram pirateados nomes dos utilizadores, bem como os respetivos endereços e números de telemóveis.
A agência Lusa questionou a filial portuguesa da Uber sobre se entre os dados pirateados estão informações sobre utilizadores portugueses, mas a fonte remeteu para o comunicado divulgado na terça-feira.
Entre os 57 milhões de utilizadores estão 600 mil motoristas da empresa nos Estados Unidos
Segundo o comunicado, entre os 57 milhões de utilizadores estão 600 mil motoristas da empresa nos Estados Unidos, cujos nomes e número de carta de condução foram igualmente pirateados.
De acordo com a Blomberg, na sequência do ataque, no final do ano passado, a Uber despediu o responsável pelo departamento de segurança da empresa, Joe Sullivan, e um dos seus subalternos pelo papel que tiveram no encobrimento do incidente.
No comunicado, Dara Khosrowshahi, que chegou ao cargo de presidente executivo no passado mês de agosto, frisou a predisposição da empresa em manter-se honesta e transparente e a vontade de "trabalhar para reparar erros do passado".
Dois dos funcionários que lideraram a resposta ao ataque cibernético foram afastados
Khosrowshahi esclareceu que os especialistas acreditam que os "hackers" não conseguiram obter informações sobre o histórico de viagens dos utilizadores, cartões de crédito, dados bancários ou da Segurança Social.
"Talvez você se questione porque estamos a falar sobre o assunto agora, um ano depois. Fiz a mim próprio a mesma pergunta e, como tal, pedi uma investigação minuciosa sobre o que aconteceu e como foi tratada", disse o presidente executivo da Uber, sem nunca explicitar exatamente quando teve conhecimento deste ataque informático.
Depois de avaliar o incidente, Khosrowshahi disse que dois dos funcionários que lideraram a resposta ao ataque cibernético já não estão na empresa e garantiu que a Uber já notificou o incidente às autoridades reguladoras.
"Nada disto deveria ter acontecido e não vou encontrar desculpas. Embora eu não possa apagar o passado, posso prometer em nome de todos os funcionários da Uber que aprenderemos com nossos erros", acrescentou Khosrowshahi.