A Ucrânia congratulou-se, esta quarta-feira, por ter "derrotado o terror do inverno", marcado por intensos bombardeamentos russos que mergulharam milhões de pessoas no frio, sublinhando ainda que a União Europeia "também ganhou" por não ter "congelado sem o gás russo".
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"O inverno acabou. Foi muito difícil, todos os ucranianos sentiram isso. Mas conseguimos fornecer energia e aquecimento à Ucrânia", realçou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no seu habitual discurso noturno diário.
Já ao início do dia, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, tinha destacado que a Ucrânia tinha "superado o terror do inverno". O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano apontou ainda que a União Europeia (UE) "também ganhou" porque "não congelou sem o gás russo", alvo de sanções.
A Rússia, que era um dos principais fornecedores da Europa, tinha antecipado situações catastróficas em caso de corte no abastecimento de gás.
"Os nossos parceiros ficaram ao nosso lado e ajudaram-se", frisou Kuleba, acrescentando: "Ainda há um longo caminho a percorrer até à vitória final. Mas já sabemos como vencer".
Por sua vez, o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiï Danilov, desejou aos ucranianos um "feliz primeiro dia da primavera ucraniana".
O inverno na Ucrânia foi marcado por uma longa série de ataques russos com mísseis e drones, que atingiram estruturas de energia, causando regularmente cortes em grande escala de eletricidade, aquecimento e água.
Milhões de pessoas, inclusive em Kiev e outras grandes cidades, ficaram sem aquecimento para enfrentar a descida das temperaturas no inverno.
Os aliados ocidentais de Kiev foram fornecendo gradualmente sistemas de defesa aérea, e a Rússia diminuiu a frequência e a escala dos seus ataques.
No campo de batalha, o Exército russo referiu que neutralizou todas os dez drones ucranianos enviados para a península da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscovo em 2014. Foi o segundo dia consecutivo que a Rússia relatou um ataque de drones.
No dia anterior, várias regiões russas, incluindo pela primeira vez a de Moscovo, tinham sido alvo de drones ucranianos.