A Ucrânia utilizou seis mísseis de longo alcance ATACMS norte-americanos contra a região russa de Bryansk, depois de Joe Biden ter dado luz verde para a sua utilização.
Corpo do artigo
Segundo informações do Ministério da Defesa russo, as forças de defesa do Kremlin abateram cinco destes mísseis e danificaram um outro, tendo os destroços caído numa base militar da região.
A informação foi confirmada por fontes oficiais ucranianas e norte-americanas, avança o jornal "The New York Times", que referem apenas um ataque levado a cabo naquela zona na última madrugada contra armazéns de armamento. 85 drones foram também abatidos pela Rússia, na mesma região num período de 24 horas, mas há registo de explosões no solo.
“A destruição de depósitos de munições vai continuar para o exército dos ocupantes russos, para se pôr termo à agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia", afirmou o exército ucraniano.
Uso de armas nucleares
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance. A assinatura do decreto ocorre quando se assinalam mil dias da ofensiva russa contra a Ucrânia.
O “documento de planeamento estratégico” inclui a “posição oficial sobre a dissuasão nuclear”, “define os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear” e garante uma resposta à “agressão” de “um potencial inimigo", quer contra a Rússia, quer "contra os seus aliados".
O decreto, publicado no portal de documentos legais das autoridades russas, visa “melhorar a política estatal no domínio da dissuasão nuclear” e contempla a sua entrada em vigor a partir da mesma assinatura de Putin. “Entre as condições que justificam o uso de armas nucleares está o lançamento de mísseis balísticos contra a Rússia”, segundo o decreto.
“Foi necessário adaptar os nossos fundamentos à situação atual”, explicou hoje o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, diante do que Putin considera serem “ameaças” realizadas pelo Ocidente contra a segurança da Rússia.
Putin advertiu, no final de setembro, que o seu país já poderia usar armas nucleares no caso de um "lançamento massivo" de ataques aéreos contra a Rússia e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão "conjunta", exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.
Vitória da Rússia só vai encorajar Putin a ir mais longe
O secretário-geral da NATO alertou hoje que uma vitória da Rússia na Ucrânia só vai encorajar o Kremlin a ir mais longe e insistiu que cada país decide bilateralmente que utilização pode ser dada ao armamento que forneceu.
À entrada para uma reunião ministerial de defesa da União Europeia (UE), em Bruxelas, Mark Rutte, na qualidade de convidado, disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, não pode alcançar os seus objetivos na Ucrânia.
“Caso contrário, a Rússia sentir-se-á mais encorajada nas nossas fronteiras e terá uma vantagem em tamanho e capacidade de intervenção, e eu estou completamente convencido de que não vai parar na Ucrânia”, acrescentou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Questionado sobre a utilização pela Ucrânia do armamento disponibilizado pelos países da Aliança Atlântica, Mark Rutte insistiu que os militares ucranianos deveriam poder utilizá-lo para alcançar quaisquer objetivos militares que tenham, mas que essa decisão tem de ser acordada bilateralmente, entre a Ucrânia e cada país que forneceu armamento.
“É bom que não haja quaisquer restrições […], há uma opinião generalizada em relação a isso, mas cada Estado-membro decide como entender”, completou.