Ao 111.º dia de guerra, a Rússia anunciou que vai abrir, na quarta-feira, um corredor humanitário para retirar os civis escondidos na fábrica de produtos químicos Azot, em Severodonetsk. Os ataques continuam em várias cidades, nomeadamente Lysychansk, o "verdadeiro inferno". A polícia ucraniana abriu um processo penal para investigar a morte de mais de 12 mil pessoas, a maioria delas encontradas em valas comuns. Os pontos-chave desta terça-feira:
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- Com a destruição das três pontes de acesso a Severodonetsk pelas forças russas, os civis ficam totalmente encurralados na cidade, sem hipótese de fugirem para a vizinha Lysychansk. A Rússia anunciou que abrirá amanhã um corredor humanitário para retirar os civis presos na fábrica de produtos químicos Azot e ordenou que as tropas ucranianas largassem as armas a partir das 8 horas (horário de Moscovo) de quarta-feira.
- Por sua vez, 70 civis foram retirados de Lysychansk. Numa publicação no Telegram, o governador de Lugansk, Serhiy Haidai, reafirmou que a região está sob forte ataque russo. "Um verdadeiro inferno", descreveu.
- Pelo menos cinco pessoas terão morrido num bombardeamento ucraniano em Donetsk.
- Seis pessoas ficaram feridas em bombardeamentos numa cidade russa na fronteira com a Ucrânia. O incidente ocorreu em Klintsy, a cerca de 50 quilómetros da fronteira ucraniana, na região ocidental de Bryansk, na Rússia.
- O Ministério da Defesa britânico anunciou que os soldados russos fizeram pequenos avanços na região de Kharkiv, o que não acontecia há várias semanas.
- A polícia ucraniana abriu um processo penal para investigar a morte de mais de 12 mil pessoas, a maioria delas encontradas em valas comuns.
- O presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, pediu em Viena que a atual agressão russa contra o seu país, em particular no lado leste da Ucrânia, seja reconhecida internacionalmente como um "genocídio".
- O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, criticou as ambições imperialistas do presidente russo Vladimir Putin. "A invasão da Rússia é o que acontece quando as grandes potências decidem que os seus apetites imperiais importam mais do que os direitos dos seus vizinhos pacíficos", escreveu no Twitter. "E é uma pré-visualização de um possível mundo de caos e turbulência no qual nenhum de nós gostaria de viver."
- A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, afirmou que o Governo fará "tudo o que for necessário" para garantir a libertação dos dois britânicos condenados à morte por um tribunal russo. Shaun Pinner e Aiden Aslin foram capturados enquanto combatiam, como voluntários, ao lado do Exército ucraniano, e julgados como mercenários na autodeclarada República Popular de Donetsk.
- A Rússia anunciou que vai interditar a entrada em território russo a 49 cidadãos britânicos, incluindo jornalistas e funcionários de defesa, em resposta às sanções aplicadas pelo Reino Unido ao Kremlin. Os cidadãos mencionados "já não estão autorizados a entrar na Federação Russa", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração, acusando-os de "difundir informações falsas" sobre o conflito na Ucrânia e de "alimentar a russofobia na sociedade britânica".
- O grupo russo Gazprom anunciou que vai baixar em mais de 40% a capacidade diária de fornecimento de gás à Alemanha através do gasoduto Nord Stream, alegando que não foram entregues os equipamentos essenciais pelo grupo Siemens.
- Portugal atribuiu até esta terça-feira mais de 42 mil proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia e comunicou ao Ministério Público a situação de 731 crianças que chegaram ao país sem os pais, indicou o SEF.