Um ataque de homens armados no centro de Moçambique provocou esta quarta-feira três feridos, elevando para um morto e 24 feridos o balanço dos confrontos entre a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o exército em menos de uma semana.
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"Confirma-se um ataque a uma coluna de viaturas na manhã de hoje (quarta-feira)", disse à Lusa Daniel Macuacua, porta-voz da polícia da província de Sofala, remetendo detalhes para mais tarde.
Segundo habitantes locais ouvidos pela Lusa, o ataque de hoje foi dirigido a uma viatura militar que fazia escolta a uma coluna de veículos na N1, a principal estrada do país, e que foi emboscada a seis quilómetros da vila de Muxúnguè, província de Sofala.
As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Rural de Muxúnguè e apresentavam ferimentos ligeiros, todos devido a quedas ao tentarem fugir do tiroteio.
Na escalada dos ataques atribuídos a homens armados da Renamo, o principal partido da oposição em Moçambique, este é o primeiro que ocorre perto de uma zona residencial.
O delegado político provincial da Renamo em Sofala, Albano José, disse à Lusa que o número de homens na região não foi aumentado, mas adiantou que "os militares (da Renamo) obedecem às ordens do seu líder para se defenderem" dos ataques das Forças de Defesa e Segurança.
Desde quinta-feira, cinco confrontos entre homens da Renamo e tropas do exército provocaram pelo menos um morto e 24 feridos, nove dos quais civis.
Na segunda-feira, a Renamo anunciou o fim de um cessar-fogo unilateral que decretara para por fim ao conflito armado que atinge a região centro de Moçambique há mais de um ano.
O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, disse hoje que a Renamo está preparada para dividir o país, caso o Governo não aceite a sua exigência de paridade na composição do Exército e que tem estado na origem do impasse negocial com o executivo.
Moçambique vive o momento de maior tensão político-militar desde a assinatura, em 1992, do Acordo Geral de Paz (AGP) entre a Renamo e o Governo que pôs fim a 16 anos de guerra civil.