<p>Uum Nobel "justo e prospectivo" e "um encorajamento" é como o catedrático Viriato Soromenho Marques classifica a distinção. </p>
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Já houve prémios retrospectivos para processos findos ou em curso, como os de Mandela ou de Kissinger e Le Duc Tho, pelas negociações para pôr fim à guerra do Vietname.
No caso de Obama, "é justo por que se trata de reconhecer o que já foi feito" - como "o fim do escudo anti-míssil, que era um desafio à Rússia e que veio atenuar tensões onde não têm sentido nenhum existirem".
É sobretudo prospectivo "pois todas as outras questões podem ainda ser irreversíveis". No Iraque e no Irão, "onde a nomenclatura está muito renitente e a oferecer uma grande resistência às propostas de Obama", recorda.
Quanto ao Afeganistão, "este prémio vai entrar na equação", considera, e fazer ponderar o presidente dos EUA que, dentro de dias, terá de tomar decisões sobre esse complexo conflito.
Em matéria ambiental, "ele fez o que era humanamente possível. Conseguiu que a Lei do Clima e da Energia chegasse, no final de Junho, à Câmara dos Representantes. Mas agora a Lei está presa no Senado".
"Se já tivesse sido aprovada pelo Senado - o que exige 60% de votos do Senado - Obama poderia chegar a Copenhaga e apresentá-la como a proposta dos EUA. Como o processo está por concluir, só pode prometer que tudo fará por isso".
A Lei (com centenas de páginas) prevê além da redução da emissão de gases e o apoio aos países em desenvolvimento através da transferência de tecnologia e de indústrias limpas.