A reforma da lei da imigração nos Estados Unidos e a resolução dos indocumentados é uma das medidas que deve ser efetuada após as presidenciais, disse um deputado estadual luso-descendente apoiante da candidatura do Presidente Barack Obama.
Corpo do artigo
"Na minha região, no Estado de Massachusetts, temos um conhecimento profundo de Mitt Romney e quando foi governador desse Estado foi sem dúvida um dos governadores mais anti-imigrante das últimas décadas", considerou Tony Cabral, 57 anos, numa referência ao rival republicano de Obama nas presidenciais de 06 de novembro.
"Na minha opinião, se tiver sucesso em 06 de novembro levará essa maneira de pensar e de abordar o assunto da imigração a nível nacional e isso não é bom para a comunidade luso-americana, não é bom para o país", acrescentou o deputado estadual em Bristol, 13º distrito do Massachusetts, eleito pelo Partido Democrata e que participou hoje em Lisboa na terceira conferência do ciclo "As Presidenciais Americanas na Perspetiva Europeia", promovido pela FLAD em parceria com a Embaixada dos EUA em Portugal e o American Club e dedicada aos "Políticos Luso-Americanos".
"Temos grandes decisões para fazer nos Estados Unidos, uma delas é uma reforma da imigração que vai englobar e resolver a situação dos que presentemente a viver como indocumentados. E também uma imigração mais justa seja do país que for, incluindo Portugal", insistiu Tony Cabral, natural na ilha do Pico, nos Açores, e que aos 14 anos emigrou com a família para Bristol, Rhode Island, Estados Unidos.
Tony Cabral está convencido da vitória de Obama nas eleições e considera que os desafios dos próximos anos se resumem a uma palavra: economia.
"Novos postos de trabalho, investir de novo no país, nas infraestruturas do país", enunciou.
Na sua perspetiva, a confirmação do segundo mandato do Presidente cessante terá também resultados diferentes a nível internacional.
"O fim da guerra no Afeganistão, que o Presidente vai fazer como terminou com a guerra no Iraque, é importante para o povo americano, as famílias que têm filhos e filhas a servir o país estão cansados da guerra", precisou.
No entanto, não promete que Obama volte a anunciar durante a atual fase da campanha uma promessa que anunciou antes da sua primeira eleição, mas que acabou por não concretizar.
"Não sei se vai encerrar completamente a base de Guantánamo. Devido à guerra contra a Al-Qaida criou-se um sentido diferente do uso da base. A base é importante para a defesa nacional dos Estados Unidos, a missão dessa base vai ser talvez modificada, alterada, mas julgo que não vai ser fechada".
O deputado luso-descendente do Massachusetts destacou ainda outra "questão importantíssima" das eleições de 06 de novembro e relacionada com os poderes do Supremo Tribunal.
"O Presidente que for eleito para os próximos quatro anos será, desde a administração de Ronald Reagan, quem vai apontar mais membros para o Supremo Tribunal, possivelmente quatro membros, e que vai definir e modificar a visão do Supremo Tribunal", assinalou.
"Isso é importantíssimo e fundamental para o futuro, seja na questão do financiamento de campanhas eleitorais ou outros assuntos importantes nacionais que sejam decididos no tribunal", concluiu.