A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, anunciou, no Paquistão, um investimento de sete milhões de dólares (5,1 milhões de euros) para melhorar o acesso à educação das raparigas que vivem nas zonas mais remotas do país.
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Num projeto de cinco anos, os fundos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura serão destinados, em parte, para a formação de docentes e para centros educativos formais e informais, assim como para a sensibilização das comunidades sobre a importância da educação feminina.
"A educação das raparigas é uma das forças mais poderosas para (promover) a dignidade humana. É uma questão de direitos humanos e uma estratégia eficaz para o desenvolvimento humano e a paz", disse Irina Bokova, citada num comunicado do organismo que dirige.
Esta iniciativa do organismo da ONU faz parte de um projeto de promoção da educação das raparigas que foi anunciado em 2012, no Paquistão, como homenagem a Malala Yousafzai, a jovem ativista que foi ferida a tiros pelos talibãs no final daquele ano.
A nota emitida, esta sexta-feira, pela UNESCO recorda que quase quatro milhões de raparigas paquistanesas em idade escolar não podem frequentar as escolas e o abandono escolar é sensivelmente maior entra a população feminina do que a masculina.
A UNESCO coloca em 10% a disparidade de género em relação ao acesso à educação no Paquistão, e esta iniciativa, lançada com a colaboração do executivo local, tem como objetivo de reduzir essa percentagem para a metade em três anos.
Um estudo recente do organismo da ONU constatou que o Paquistão tem um total de cinco milhões e meio de menores sem frequentar a escola, ocupando o segundo lugar do mundo nesta questão, só sendo superado pela Nigéria.
O Paquistão também tem um grande número de adultos analfabetos, ficando somente atrás da Índia e da China, países que são seis vezes maiores em população total em relação ao país asiático.