Quarenta e seis presumíveis membros de vários clãs da máfia foram detidos em Nova Iorque, por suspeita de uma série de atividades ilegais, entre as quais extorsão e jogo clandestino.
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Os detidos pertencem aos clãs Genovese, Gambino, Luchese, Bonanno, eles mesmos membros da Cosa Nostra, a organização mafiosa norte-americana da costa leste dos Estados Unidos.
O ramo de Filadélfia está igualmente envolvido, segundo o documento do processo apresentado pelo procurador do ministério público do distrito sul de Nova Iorque, Preet Bharara, segundo a agência de notícias francesa, AFP, que a ele teve acesso.
A organização extremamente hierarquizada e muito bem coordenada tinha montado uma casa de jogo clandestino, "uma espécie de um casino", em Yonkers, no norte de Nova Iorque, com torneios de póquer, jogos de dados e apostas em corridas de cavalos.
Além da extorsão e do jogo clandestino, estas organizações são igualmente acusadas de se terem dedicado a empréstimos ilegais, contrabando de cigarros e de armas e ainda a fraude com cartões de crédito e seguros de saúde.
Segundo as regras clássicas da máfia, a Cosa Nostra visava enriquecer "mantendo as vítimas e os cidadãos com medo" da organização "e dos seus chefes", indica o procurador-geral no documento.
Para instilar este clima de medo e afastar a concorrência, a organização dedicou-se nomeadamente a atear incêndios e a cometer agressões.
Tudo no funcionamento e na composição dos clãs parece herdado da mais pura tradição mafiosa, até mesmo as alcunhas dos envolvidos: "Tony the cripple", "Muscles", "Big Vinny" e "Nicky the wig".
Apesar de as detenções de mafiosos serem comuns até aos anos 1990 no nordeste dos Estados Unidos, elas tornaram-se muito mais raras desde o início dos anos 2000, à medida que a máfia de origem italiana perdia a sua influência.