O Governo do Presidente Nicolás Maduro está a impedir a receção de alimentos e medicamentos provenientes de outros países, que fazem parte da ajuda humanitária recolhida por organizações da Igreja Católica, denunciou hoje o arcebispo de Caracas.
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"Não é possível que não se permita que venham alimentos e medicamentos de outras partes do mundo, enviados por organizações não governamentais, por organizações da Igreja, e que não se permita, para não deixar evidente que na Venezuela há um gravíssimo problema de escassez, de coisas de primeira necessidade como são alimentos e medicamentos", disse.
Em declarações aos jornalistas, em Caracas, Jorge Urosa Savino explicou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro "deveria dar sinais de querer resolver os problemas da Venezuela, por exemplo, o gravíssimo problema da crise de alimentos e de medicamentos que há no país".
"Não é possível que se esteja negando que exista uma crise", frisou.
Por outro lado, defendeu que o Governo venezuelano deve facilitar os meios para solucionar a crise, se pretende evitar que a Organização de Estados Americanos (OEA) aprove o pedido feito recentemente pelo secretário-geral daquele organismo, Luís Almagro, para ativar a Carta Democrática Interamericana para a Venezuela.
"Deveria evitar-se que se ative essa Carta Democrática e isso pode fazer-se quando o Governo permita as soluções e ponha os meios necessários para solucionar a gravíssima crise de alimentos e medicamentos que o país sofre", disse.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas dos cidadãos para conseguir, no mercado local, produtos básicos alimentares e medicamentos.
Por outro lado são também cada vez mais frequentes as filas que as pessoas fazem diariamente junto dos supermercados para comprar produtos, que muitas vezes desconhecem se vão chegar e em que quantidade, e que quando aparecem são vendidos antes de ser colocados nas prateleiras.