Com a inflação a chegar a 82,700% em julho, os venezuelanos têm imensa dificuldade em conseguir comprar comida no supermercado, porque o dinheiro perde valor minuto a minuto. O fotógrafo da agência Reuters Carlos Garcia Rawlins foi a um supermercado informal e fotografou alguns produtos ao lado dos montes de notas necessários para os comprar. Por exemplo, para adquirir um rolo de papel higiénico é necessário gastar 2.600.000 de bolívares, o equivalente a cerca de 35 cêntimos de euro.
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Para tentar controlar a crise no país, a partir da meia-noite de segunda-feira entra em circulação uma nova moeda na Venezuela, o bolívar soberano (Bs.S), o resultado de uma polémica reconversão monetária que eliminou cinco zeros ao atual bolívar forte. A reconversão faz parte de um pacote económico que o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz ter como objetivo estabilizar a economia de um país produtor de petróleo que desde 2016 está oficialmente em "estado de exceção e de emergência económica".
O bolívar soberano visa ainda simplificar as transações e registos contabilísticos e compreende papel-moeda de valor diferente: dois, cinco, dez, 20, 50, 100, 200 e 500 Bs.S) e duas moedas metálicas (de 50 centavos e 1 Bs.S).
Por outro lado, o país passará a ter também a cripto moeda venezuelana o petro, que será a unidade monetária contabilística de uso obrigatório para todas as operações relacionadas com a atividade petrolífera e cujo valor estará indexado ao valor do preço internacional do barril de crude e estará assente nas reservas de vários recursos naturais, como o petróleo, ouro, diamantes e gás natural.