Pelo menos 113 pessoas morreram desde 1 de abril na Venezuela, no âmbito de protestos contra o Governo de Nicolás Maduro.
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Fontes não oficiais apontam que o número de mortos será de 116.
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Os últimos oito homicídios ocorreram durante a greve geral de quarta e quinta-feira, segundo o Ministério Público (MP) venezuelano, cuja página na Internet estava inacessível esta manhã.
Entre as últimas vítimas está um polícia, Oneiver Quiñones, que foi baleado na cabeça, na localidade de Ejido, no Estado venezuelano de Mérida (670 quilómetros a sudeste de Caracas), onde na quarta-feira um homem de 30 anos, Rafael Antonio Balza Vergara, foi assassinado durante uma manifestação.
O MP investiga também os assassinatos de José Miguel Pestano Canelón (23 anos) ocorrido em Cabudare (360 quilómetros a sudoeste de Caracas), de Rafael Canache (29) em Anzoátegui (320 quilómetros a leste) e de Leonardo Augusto González Barreto (48), todos a 27 de julho.
No dia 26, no centro do país, faleceu Leonardo González Barreto (49) e dois adolescentes de 16 anos de idade, um deles em El Paraíso, Caracas, e o outro em Sucre, no vizinho Estado de Miranda.
Segundo o MP, desde 1 de abril foram registados 1934 casos de pessoas feridas.
Oposição anunciou três dias de protesto apesar da proibição de manifestação
A oposição prevê iniciar, a partir das 12 horas locais (17.30 horas em Portugal continental), uma "tomada" da Venezuela, que se prolongará durante três dias, contra a Assembleia Constituinte, cujas eleições estão previstas para domingo e nas quais o regime elegerá os cidadãos que vão redigir uma nova Constituição, sem a participação da oposição.
A "tomada", que inicialmente seria de um dia e em Caracas, estendeu-se depois de o Governo venezuelano anunciar a proibição de reuniões e manifestações, para não prejudicar as eleições, e apesar de o ministro do Interior e Justiça, general Néstor Reverol, advertir que quem violar a proibição será punido com até 10 anos de prisão.
A oposição acusa o Executivo de pretender usar a Constituinte para acabar com o que fica de democracia e instaurar uma ditadura à cubana.
Os protestos intensificaram-se desde 1 de abril passado, depois de o Supremo Tribunal ter divulgado duas sentenças que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.
A 1 de maio, Maduro anunciou a eleição de uma Assembleia Constituinte para alterar a Constituição.