Graça Machel, mulher de Nelson Mandela, confessou, esta segunda-feira, "a amargura" que sente ao testemunhar a deterioração do estado de saúde do seu marido, primeiro Presidente da África do Sul democrática e Nobel da Paz.
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"Tem sido doloroso vê-lo envelhecer. Percebemos que um dia [a morte] terá que chegar, mas é de partir o coração observar o seu espírito e a sua chama a extinguirem-se", declarou, esta segunda-feira, a moçambicana Graça Machel, casada com Mandela desde 18 de Julho de 1998, em declarações ao canal de notícias "e-nca".
Nelson Mandela passa a terceira noite no hospital militar 1, em Pretória, onde foi internado no sábado passado, para, segundo a Presidência sul-africana, ser sujeito a exames clínicos.
A Presidência, através do porta-voz Mac Maharaj, voltou a garantir, esta segunda-feira, que o ex-Presidente "está bem, confortável e em boas mãos".
Também a ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Ngakula, que visitou Mandela no hospital militar 1, assegurou que o ícone da luta anti-"apartheid" e Prémio Nobel da Paz "está muitíssimo bem", apelando aos sul-africanos para não entrarem em pânico face a rumores sobre a saúde de Mandela.
No entanto, no exterior do estabelecimento hospitalar, o contingente de jornalistas, muitos apoiados por carros de exteriores das televisões nacionais e estrangeiras, cresceu significativamente ao longo do dia e da noite de segunda-feira, dando um sinal claro que os olhos da Nação sul-africana e do mundo estão virados para a situação clínica do primeiro Presidente da "nova África do Sul", e preparados para tudo.
Segunda-feira foi um dia particularmente importante para Madiba (nome dado a Mandela pelo seu clã da tribo xhosa), pois foi em 10 de dezembro de 1993 que ele recebeu o Nobel da Paz.