
O vice-presidente do Sudão do Sul, Riek Machar
Foto: Akuot Chol / AFP
A Oposição no Sudão do Sul afirmou esta quinta-feira que a detenção do vice-presidente, Riek Machar, pelas forças leais ao presidente, Salva Kiir, ocorrida na noite de quarta-feira, revoga o acordo de paz de 2018. A ONU alerta para um um regresso "catastrófico" à guerra, que ameaçará milhões de vidas.
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“A detenção é um engano, uma quebra de promessa, um desrespeito de um acordo e uma falta de vontade política para trazer paz e estabilidade ao país”, criticou o partido de Machar. Esta detenção “arruína o acordo, e a perspetiva de paz e estabilidade no Sudão do Sul está agora seriamente comprometida”, continuou Oyet Nathaniel, vice-presidente do Movimento Popular de Libertação do Sudão-IO (SPLM-IO), em comunicado.
Como resultado, o acordo de paz de 2018 “é revogado”, continuou. O pacto pôs fim a cinco anos de guerra civil sangrenta entre as forças de Kiir e Machar.
Entre 2013 e 2018, o conflito causou a morte de quase 400 mil pessoas e quatro milhões de deslocados no Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo.
A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul afirmou também hoje que a detenção do primeiro vice-Presidente coloca o país à beira da guerra civil e apelou à contenção de todas as partes.
"O incumprimento das proteções consagradas no Acordo de Paz - incluindo a liberdade de circulação, a participação política e a cessação das hostilidades - conduzirá a um regresso catastrófico à guerra", avisou a ONU.
