Violador na lista dos mais procurados em Espanha fugiu para Cuba através de Portugal

Martiño Ramos Soto foi acrescentado esta segunda-feira à lista dos dez mais procurados
Foto: Polícia Nacional
Martiño Ramos Soto, professor pedófilo, condenado em Espanha por abusar de uma aluna de 12 anos de forma sádica, fugiu para Cuba depois de ter passado por Portugal. A Polícia espanhola, que agora divulga o percurso da evasão, colocou-o na lista dos dez mais procurados.
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Nas últimas horas, as autoridades espanholas pediram a Havana que reforce as medidas de vigilância a Martiño Soto, professor, de 50 anos, natural de Ourense, condenado por abusar de uma menor com práticas sádicas. Antes de se refugiar em Cuba, país com o qual Espanha não tem acordos de extradição, o antigo membro do partido político En Marea, passou por Portugal, pelo Brasil e pelo Peru.
O rosto do galego consta agora da lista, atualizada esta segunda-feira, dos dez mais procurados pela polícia espanhola.
Martiño Ramos, considerado de "alta perigosidade", foi condenado a 13 anos de prisão por abusos sexuais a uma aluna menor de idade. Os crimes aconteceram quando a vítima tinha 12 e 16 anos.
A fuga de Espanha terá sido "muito planeada", descrevem as autoridades, dando conta de que tem ajuda de terceiros em Cuba. Ramos saiu de Espanha poucos dias antes de a sentença ter sido confirmada pelo Supremo Tribunal, em julho.
O pedófilo entrou por terra em Portugal, com o seu próprio passaporte, por não haver controlos fronteiriços devido ao espaço Schengen, e apanhou depois um primeiro voo para o Brasil. Já do outro lado do Atlântico, voou para o Peru e a seguir para Cuba, onde, escreve o jornal "El País", trabalha há quatro meses como fotógrafo.
O caso está a gerar contestação em Espanha porque, apesar da gravidade das acusações, nunca o Ministério Público pediu prisão preventiva para Ramos, durante os quatro anos em que o processo se arrastou.
Predador com práticas sadomasoquistas
Os abusos à menor, pelos quais Ramos foi condenado a 13 anos de prisão, começaram quando a vítima tinha 12 anos. O professor pediu à menina que lhe enviasse fotografias e vídeos despida. Depois, os abusos começaram por acontecer dentro do colégio, onde trabalhava como professor de música, e agravaram-se. A jovem foi violada em locais remotos e obrigada a manter práticas sadomasoquistas.
As autoridades perceberam, depois, que estavam perante um predador, que já tinha abordado outras alunas com intenções semelhantes.
Durante anos, o professor era conhecido por diversas atividades na área da música e da educação, tendo dirigido diversos grupos de pequenos cantores. Foi ainda uma voz ativa na política local, apesar de nunca ter ocupado lugares de destaque nas listas eleitorais.
