A ligação aérea semanal entre Lisboa e Bissau operada pela companhia portuguesa EuroAtlantic inicia-se a 14 de novembro, disse o secretário de Estado dos Transportes guineense, garantindo estarem asseguradas as condições de segurança.
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João Bernardo Vieira falava na cerimónia de assinatura do acordo entre a Guiné-Bissau e a EuroAtlantic, que decorreu em Lisboa e contou com a presença do primeiro-ministro e do ministro das Finanças guineenses, Domingos Simões Pereira e Geraldo Martins, respetivamente.
"Os voos irão começar a 14 de novembro, numa primeira fase com um voo semanal e, conforme a procura podem ser dois ou três semanais" e vão resolver "uma deficiência de ligação entre Bissau e Lisboa", referiu o secretário de Estado.
Em resposta a uma questão dos jornalistas sobre a segurança, incluindo os cuidados na prevenção do ébola, João Bernardo Vieira salientou que, "neste momento o Governo assume todas as condições" para que se aterre em Guiné-Bissau.
O primeiro-ministro avançou que esta medida "obrigou a algum esforço financeiro importante" do Governo, mas o importante é que "os interesses dos cidadãos guineenses serão salvaguardados".
No entanto, "esta é uma solução transitória, vamos continuar a discutir com vários parceiros, nomeadamente com a EuroAtlantic, e muito proximamente vamos dar a conhecer uma solução mais definitiva, que responde cabalmente à expetativa para a ligação Lisboa-Bissau, mas também a outros destinos", avançou Domingos Simões Pereira.
O secretário de Estado especificou que "a ambição" do país é criar uma companhia aérea nacional, objetivo que, aliás, "consta no programa de Governo".
Quanto ao regresso da TAP às ligações aéreas com Bissau, interrompidas em dezembro de 2013 e com previsão, entretanto adiada, de retoma em outubro, João Bernardo Vieira defendeu que a operação da EuroAtlantic "não será obstáculo, a concorrência é sempre bem vinda".
O secretário de Estado esclareceu que só teve conhecimento da decisão da companhia aérea portuguesa de adiar o regresso a Bissau através dos órgãos de comunicação social, mas apontou que "a Guiné Bissau não tem acordo com a TAP, tem com o Estado português".
O presidente da EuroAtlantic, Tomaz Metello, anunciou que a companhia recebeu hoje "a autorização da aviação civil portuguesa, do Governo, para operar voos regulares para a Guiné-Bissau" e recordou que o acordo bilateral entre os dois países permite a duas empresas voarem para Bissau.
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau referiu ainda que durante a permanência em Lisboa tem agendados encontros com empresários e políticos portugueses o que "é uma demonstração clara de que não há qualquer problema na relação entre os dois Estados".
A TAP suspendeu os seus voos para Bissau em dezembro de 2013 na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 cidadãos sírios com documentação falsa. A 15 de outubro anunciou não estarem reunidas as condições operacionais para retomar os voos para a Guiné-Bissau, previstos então para 28 de outubro, adiando o regresso por um período "não inferior a 45 dias".