O portal Wikileaks denunciou, na terça-feira, que o seu sítio na Internet estava a ser alvo de um ciberataque que impedia o acesso ao mesmo, depois de ter sido criticado por divulgar milhares de novos telegramas diplomáticos.
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"O WikiLeaks está neste momento a ser alvo de um ciberataque", informou o portal especializado na revelação de documentos confidenciais numa mensagem divulgada no Twitter.
A mensagem estava acompanhada do endereço de uma ligação a outro sítio na Internet que permitia a consulta das cópias dos telegramas diplomáticos americanos que o WikiLeaks já divulgou.
Este alegado ciberataque surge no dia em que os Estados Unidos denunciaram a divulgação pelo Wikileaks de novos telegramas diplomáticos, afirmando que essa situação "coloca em perigo a segurança das pessoas" envolvidas.
O "New York Times" escreveu que alguns dos cerca de 133887 telegramas divulgados na última semana pelo Wikileaks envolvem o nome de pessoas que terão falado sob condição de anonimato com diplomatas americanos, o que o portal fundado por Julian Assange desmentiu.
Austrália critica divulgação de suspeitos de terrorismo
A Austrália considerou o Wikileaks "incrivelmente irresponsável" por ter divulgado telegramas diplomáticos americanos que revelam a identidade de australianos suspeitos de ligações com redes terroristas do Iémen.
O caso diz respeito a um telegrama da embaixada americana em Camberra, datado de Janeiro de 2010, que recomenda a aplicação da interdição de viajar a 11 cidadãos australianos e a integração de outros 12 numa lista de pessoas a vigiar.
A identidade desses 23 australianos suspeitos de manterem ligações com o grupo radical islâmico Anwar al-Awlaki é revelada pelo Wikileaks.
O ministro da Justiça australiano, Robert McClelland, condenou estas revelações ao afirmar que "a publicação de toda a informação que possa comprometer a segurança nacional da Austrália - ou paralisar a capacidade dos serviços de informações de vigiarem as ameaças potenciais - é incrivelmente irresponsável".