A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, afirmou, esta quinta-feira, que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderá participar presencialmente na semana de alto nível da Organização, que decorrerá em setembro em Nova Iorque.
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"Segundo sei, a Albânia irá acolher, durante a semana de alto nível, uma reunião sobre a Ucrânia, e ouvimos dizer que o Presidente Zelensky poderá estar aqui. Portanto, sim, a Ucrânia também estará no topo da agenda de todos", disse a diplomata norte-americana à imprensa, após fazer um balanço da sua presidência rotativa do Conselho de Segurança, a qual deteve durante agosto.
"A Ucrânia, evidentemente, será uma parte importante daquilo que iremos discutir. (...) Não há nada que desejemos mais do que a paz para o povo ucraniano. E espero que haja uma pressão intensa sobre a Rússia para retirar as suas tropas da Ucrânia e permitir que o povo ucraniano tenha paz", acrescentou.
A abertura da 78.ª sessão da Assembleia-Geral está agendada para 05 de setembro e o seu debate geral acontecerá a partir do dia 19 do mesmo mês, onde são esperados chefes de Estados e de Governo de dezenas de países.
Durante a semana de alto nível, além do debate geral, estão previstos ainda eventos como a cimeira dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a cimeira da Ambição Climática, um diálogo de alto nível sobre financiamento para o desenvolvimento, entre outros.
No ano passado, a semana de alto nível das Nações Unidas ocorreu a pouco mais de seis meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo que Zelensky optou por não sair do seu país e discursou no debate da Assembleia-Geral da ONU através de uma mensagem de vídeo pré-gravada.
Sobre a semana de alto nível que se avizinha, a embaixadora norte-americana afirmou que uma das suas principais áreas de trabalho será a cimeira dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
"Temos trabalhado com os nossos colegas em todo o sistema das Nações Unidas para nos prepararmos para uma cimeira bem-sucedida. Isto é o que está na mente de tantas pessoas aqui: o impacto de alcançar os 17 objetivos dos ODS. Então isso estará na frente e no centro", indicou Thomas-Greenfield.
Ao fazer o balanço da sua presidência do Conselho de Segurança, a embaixadora norte-americana refletiu ainda sobre as dificuldades impostas pela Rússia - um dos cinco membros permanentes do órgão e com poder de veto, a par dos Estados Unidos, China, Reino Unido e França -, acusando Moscovo de "obstrucionismo".
"Este mês, a Rússia deu o seu melhor [para criar obstáculos ao programa norte-americano]. Eles falharam. Tivemos um mês extraordinariamente bem-sucedido. Eles, como muitos de vocês viram, tentaram obstruir o trabalho do Conselho, mas estão isolados na sua obstrução. E não é o tipo de comportamento que qualquer um de nós esperaria de um membro permanente do Conselho de Segurança", apontou Thomas-Greenfield.
Um dos "exemplos de obstrucionismo da Rússia" foi, segundo a diplomata, Moscovo "não ter em conta o interesse do povo do Mali nas suas ações no Conselho de Segurança", pressionando pelo levantamento das sanções sobre as armas que entram no país africano.