Grupos de camionistas bloqueavam, esta manhã, 271 estradas no Brasil. Um protesto pró-Bolsonaro que se mantinha esta terça-feira, apesar das ordens para desmobilizar.
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Várias estradas brasileiras continuam obstruídas por camionistas esta terça-feira, relata o portal de notícias da rede Globo, o G1. Segundo um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 8 horas (11 em Portugal continental) havia 271 pontos de obstrução em vias rodoviárias.
Apoiantes de Jair Bolsonaro, presidente do Brasil derrotado nas eleições de domingo, bloqueiam estradas desde domingo, enquanto nas redes sociais muitos pedem um golpe militar para impedir Lula da Silva de assumir a presidência, que lhe foi atribuída por cerca de 51% dos brasileiros votantes.
Numa tentativa de restaurar a normalidade, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, Alexandre de Moraes, ordenou à Policia Rodoviária ações imediatas para desobstruir os bloqueios de estradas, que afetaram 25 dos 27 estados daquele país sul-americano.
Segundo o G1, esta manhã, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram, por maioria, a decisão de Moraes. A PRF diz que desfez 192 bloqueios, esta terça-feira, sem especificar quais.
A Polícia Rodoviária já tinha sido acusada pela campanha de Lula da Silva de ter promovido, no domingo, operações stop, principalmente no interior da região do Nordeste, bastião de Lula, para impedir eleitores de votar.
Entretanto, o ministro da Justiça brasileiro, Anderson Torres, indicou ter determinado "um reforço de efetivo e de meios de apoio, a todas as ações possíveis para normalização do fluxo nas rodovias, com a brevidade que a situação requer".
Alexandre de Moraes, disse ainda que, caso não tome providências, o diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, apoiante do presidente Jair Bolsonaro, terá uma multa de 100 mil reais por hora (cerca de 20 mil euros) a partir da meia-noite (3 horas em Portugal continental), podendo mesmo ser detido e afastado do cargo por desobediência.
Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava obter um novo mandato de quatro anos.
O incumbente não reconheceu a derrota e está em silêncio desde que os resultados foram conhecidos.
* com Agências