Uma menina de oito anos foi libertada depois de ter sido trancada num quarto pela mãe e os avós, no oeste da Alemanha, em Attendorn, desde que tinha menos de um ano de idade. Foi encontrada num estado de subdesenvolvimento, de que é exemplo o facto de "mal conseguir subir as escadas".
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Os médicos que examinaram "Maria", nome fictício, não encontraram sinais de maus tratos físicos ou subnutrição, afirmaram as autoridades municipais num comunicado. Apesar disso, durante o exame, a menina terá dito que nunca tinha visto uma floresta e andado de carro.
A menina de oito anos consegue falar e andar, mas "mal conseguia subir escadas sozinha ou andar em terrenos irregulares", além de nunca ter conseguido "vislumbrar muito do mundo exterior", referiu o advogado de acusação Patrick Baron von Grotthuss, em declarações à imprensa local.
O pai da menina foi informado de que a progenitora se ia mudar para Itália antes da criança nascer, através de um bilhete deixado no seu carro. No entanto, ao ver "Rosemarie G" (nome fictício), de quem se tinha separado, na sua terra natal, em 2015, já depois de a criança nascer, o homem denunciou às autoridades da proteção de menores a situação. Contou que viu a mãe e a crianças perto da residência dos avós maternos da menina, na Alemanha.
A acusação foi negada por "Rosemarie G", que voltou a garantir às autoridades que tinha saído do país, revela o jornal "The Guardian".
As autoridades locais só voltaram a investigar o caso em julho deste ano, após um casal vizinho denunciar à polícia um boato sobre uma criança que estaria presa em casa dos avós há muitos anos.
Uma investigação foi aberta e, em setembro deste ano, a polícia italiana informou as entidades alemãs responsáveis pela proteção de menores de que a mãe e a filha nunca tinham vivido na morada apresentada como sendo a sua casa em Itália.
Alguns dias depois, a polícia encontrou a menina em casa dos avós, escondida num quarto com a mãe.
Ainda não são conhecidos os motivos pelos quais a progenitora e os avós terão fechado a menina durante mais de sete anos, uma vez que se recusaram a responder ao interrogatório policial.
O caso está a ser investigado pelo Ministério Público da cidade de Siegen, que acredita que a criança e a mãe nunca terão deixado a cidade de Attendorn, na Alemanha. A mãe poderá cumprir até dez anos de prisão, por maus-tratos, por manter uma menor em cativeiro sequestrada.