Mais de 80 argentinos foram hospitalizados, nos últimos dias, depois de terem consumido droga adulterada. Autoridades recusam falar, para já, em ajuste de contas entre traficantes.
Corpo do artigo
Pelo menos vinte pessoas morreram e algumas dezenas foram hospitalizadas por envenenamento, na Argentina, depois de terem consumido cocaína contaminada.
As autoridades policiais, que estão a tentar rastrear a droga, emitiram, na quarta-feira, um "alerta epidemiológico", na sequência da onda repentina de mortes que afetou três cidades da região de Buenos Aires. Mais de 80 argentinos foram internados, alguns deles em estado crítico.
"Há uma substância de elevada toxicidade, vendida como cocaína, em circulação", reconheceu o Ministério Público, numa altura em que a polícia já apreendeu centenas de pacotes.
Convulsões e ataques cardíacos
Em declarações à AFP, Beatriz Mercado, residente em Hurlingham, contou que encontrou o filho, de 31 anos, caído no chão da cozinha. "Quase já não respirava", referiu, acrescentando ter fé "num milagre" que o faça não precisar do ventilador que, neste momento, o agarra à vida.
Os relatórios médicos mencionados pela comunicação social local revelam que as vítimas, maioritariamente homens na faixa etária dos 30 aos 40 anos, sofreram violentas convulsões e ataques cardíacos.
De referir que, na quarta-feira, a polícia deteve dez pessoas numa casa do bairro Tres de Febrero, onde a cocaína adulterada estaria a ser preparada e distribuída.
Aditivo ainda desconhecido
De acordo com Sergio Berni, secretário regional de Segurança, a substância adicionada à cocaína, ainda desconhecida, "está a atacar o sistema nervoso central" das vítimas. "Todos os traficantes que compram cocaína misturam-na. Alguns fazem-no com substâncias não tóxicas, como amido. Outros misturam alucinogénios e, não havendo forma de controlo, acontecem estas coisas", lamentou.
O responsável recusou comentar se o caso está associado a uma "guerra" entre traficantes de droga locais.