A Rússia anunciou este sábado que a sua embaixada e consulados na Ucrânia continuam a funcionar, mas admitiu ter feito uma "certa otimização" do pessoal diplomático por temer possíveis provocações das autoridades ucranianas ou de países terceiros. Os EUA ordenaram a retirada de funcionários não essenciais.
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"Temendo possíveis provocações do regime de Kiev ou de países terceiros, decidimos de facto uma certa otimização do pessoal das representações russas na Ucrânia", disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, citada pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.
O esclarecimento, através da conta do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo na rede social Telegram, seguiu-se a informações sobre uma possível retirada dos funcionários da embaixada em Kiev e dos consulados gerais em Lviv, Odessa e Kharkov.
Zakharova disse que houve informações sobre uma alegada retirada de diplomatas russos da Ucrânia nas últimas semanas, quando vários funcionários e familiares regressaram a casa para as férias de Natal ortodoxas em janeiro, o que referiu ser normal.
Para as autoridades russas, estas notícias foram apenas uma "cortina de fumo" para países como os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá ou Israel começarem a retirar o seu pessoal diplomático e familiares da Ucrânia.
Zakharova disse que os diplomatas norte-americanos e britânicos "devem aparentemente estar cientes de algumas ações militares em preparação na Ucrânia que poderão complicar significativamente a situação na esfera da segurança".
A porta-voz justificou a referência a uma alegada informação privilegiada à "influência significativa que Washington e Londres têm sobre Kiev e, em geral, o seu papel na gestão dos processos internos na Ucrânia, juntamente com o fornecimento de armas e formadores" militares.
Apesar da decisão de "otimizar um pouco o pessoal das missões russas na Ucrânia", Zakharova disse que as embaixadas e consulados "continuarão a desempenhar as suas funções básicas".
Os Estados Unidos disseram na sexta-feira que a Rússia poderá invadir a Ucrânia a qualquer momento nos próximos dias e pediram aos norte-americanos para abandonarem imediatamente o país, no que foram seguidos por outros governos ocidentais.
De referir que também este sábado, o Departamento de Estado dos EUA ordenou que todos os funcionários da embaixada de Kiev com presença não essencial saiam do país.
A decisão foi anunciada no Twitter.
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"Hoje, o Departamento de Estado ordenou a partida de funcionários norte-americanos não essenciais da embaixada devido aos contínuos relatos de uma acumulação militar russa na fronteira com a Ucrânia, indicando a possibilidade de uma ação militar significativa", anunciou a embaixada em Kiev na rede social.