Um homem ficou em estado crítico, esta segunda-feira, depois de ter sido regado com um líquido inflamável e incendiado, durante uma discussão em Hong Kong.
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A polícia confirmou já o conteúdo de um vídeo publicado nas redes sociais que dá conta de uma discussão numa ponte pedonal em Ma On Shan, pouco antes das 13 horas (5 horas em Portugal continental).
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No vídeo é possível ver um homem, vestido com camisa verde, que acabou de ser agredido. Alguém ajuda o indivíduo, ensanguentado, a limpar-se. À medida que se afasta, o homem ainda gritou: "Vocês não são chineses".
Um grupo respondeu: "Somos Hongkongers". Ele regressa depois de alguém lhe dirigir insultos, intensificando a discussão. Alguém acaba por lançar sobre a cara e tronco um líquido inflamável, ateando de imediato o fogo que se propagou pelo corpo.
Uma fonte policial disse ao jornal "South China Morning Post" que o homem foi transportado para o Hospital Príncipe de Gales, em Sha Tin, para receber tratamento. O indivíduo apresenta queimaduras de segundo grau em 28% do corpo, principalmente no peito e nos braços. De acordo com a emissora local RTHK, o homem encontra-se em estado crítico.
Desde a manhã que se têm registado episódios crescentes de violência e vandalismo, algo que se intensificou após pelo menos um jovem manifestante ter sido baleado por um polícia, um incidente que foi também gravado em vídeo e partilhado nas redes sociais.
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As últimas informações indicaram que o jovem, já foi submetido a cirurgia, está em estado crítico e nos cuidados intensivos.
Durante as operações policiais, um agente usou a arma de serviço e "um homem foi baleado". Em outras duas áreas, Shatin e Tung Chung, outros polícias foram obrigados a sacarem também das armas de serviço dos coldres, indicou um comunicado da polícia.
"Apelamos aos manifestantes radicais para que sejam calmos e racionais. Os manifestantes devem interromper todos os atos que ameaçam a segurança de outras pessoas e obstruam a execução legal do dever pela polícia", acrescentou.
"Desde esta manhã, manifestantes radicais estabeleceram barricadas em vários locais em Hong Kong. Inclusive, atiraram objetos grandes e pesados, para as faixas de rodagem, representando grande perigo para os utilizadores da estrada", referiu a polícia na mesma nota, adiantando que "os manifestantes também atiraram bombas incendiárias" no metropolitano "e vandalizaram as instalações universitárias".
As forças de segurança indicaram ainda que "devido aos extensos atos ilegais dos manifestantes, a polícia respondeu com operações de dispersão e detenções".
A greve geral foi convocada esta segunda-feira nas redes sociais, depois da morte na sexta-feira de um estudante universitário de 22 anos, que caiu de uns andares de um parque de estacionamento e sofreu ferimentos cerebrais graves em circunstâncias desconhecidas, durante um protesto ilegal em 3 de novembro.
Os manifestantes culparam a polícia, que já negou categoricamente qualquer responsabilidade na morte do estudante.