Vacinação nas estruturas residenciais para idosos arranca esta quinta-feira nos Açores e na terça-feira em 25 concelhos de alto risco do continente, se Pfizer cumprir entrega no dia anterior.
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Em quatro dias vão ser vacinados contra a covid 12 mil residentes e profissionais de lares de idosos dos 25 concelhos que se encontram no nível de risco máximo de contágio da doença. A vacinação nestas unidades arranca na próxima terça-feira, se se confirmar a entrega de mais uma remessa de doses da vacina da Pfizer no dia anterior. Nos Açores, apurou o JN, a vacinação nos lares deverá começar esta quinta-feira, por decisão do Governo regional.
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Os objetivos de vacinação nos lares a atingir na próxima semana foram partilhados esta quarta-feira com o setor social numa reunião com a ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Mendes Godinho. "Tudo começará no dia 5 [terça-feira] e entre o dia 5 e o dia 8 teremos cerca de 12 mil pessoas vacinadas, entre utentes e colaboradores dos lares dos tais 25 concelhos de maior risco", referiu ao JN o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
A ministra da Saúde já tinha anunciado esta terça-feira que a vacinação vai começar na próxima semana nos 150 maiores lares situados nos 25 concelhos onde o risco de disseminação da doença é maior. Os municípios em causa fazem parte de uma lista atualizada pela Direção-Geral da Saúde que não coincide com a última (publicada a 20 de dezembro), e que ainda não foi divulgada. Esta quarta-feira, o Ministério da Saúde disse apenas que a informação será atualizada nos próximos dias.
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Quem tem surtos espera
Entretanto, a maioria dos lares já estão a receber pedidos de informação das unidades de saúde sobre os utentes e profissionais a vacinar. Neste levantamento, as unidades de saúde estão também a questionar se os interessados na vacina já foram infetados pela covid-19 e qual a data em que testaram positivo.
Segundo Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, os centros de saúde receberam orientação da "task-force" que está a coordenar o plano de vacinação para arrancar primeiro nos lares que não tiveram surtos desde o início da pandemia. Aqueles que tiveram utentes e profissionais infetados com covid-19 terão, segundo Rui Nigueira, de esperar um pouco mais, "porque se admite que ainda tenham alguma imunidade", "mas é uma questão de semanas", adiantou o médico de família, imunizado esta quarta-feira de manhã.
À CNIS e à União de Misericórdias Portuguesas não chegou tal informação. O JN tentou esclarecimentos junto do Ministério da Saúde, mas sem sucesso. A Direção-Geral da Saúde informou que só ficam excluídos os lares que têm neste momento surtos ativos.
Norma vai esclarecer
Há outras questões que estão por esclarecer. Por exemplo, se entre a primeira e a segunda toma houver um surto no lar, o que se deve fazer? Ao que o JN apurou, esta e outras dúvidas serão esclarecidas numa norma que estará a ser preparada pela DGS sobre a vacinação nos lares.
Às unidades de cuidados continuados chegaram na semana passada pedidos de informação sobre os profissionais a vacinar, mas "ainda nada sobre os doentes", disse o presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados. José Bourdain aguarda informação, mas crê que o processo de vacinação para a covid-19 será idêntico ao da gripe. As doses são entregues e os enfermeiros vacinam-se entre si e aos doentes.
Novos casos disparam
Portugal contabilizou esta quarta-feira mais 79 mortes provocadas pela covid-19 e 6049 novos casos confirmados, segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS). É o número de novas infeções mais alto desde 5 de dezembro. Tal ainda não será reflexo dos convívios no Natal, mas "muito provavelmente" será a compensação do menor número de testes realizados no período natalício, explicou o primeiro-ministro António Costa.
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Pressão no SNS desce
O boletim da DGS indica ainda que estavam internadas 2896 pessoas, menos 34 do que esta terça-feira, das quais 487 em cuidados intensivos, ou seja, mais uma.
Mais doses de vacinas
Portugal vai receber mais dois milhões de vacinas da Pfizer e da BioNTech contra a covid-19, confirmou esta quarta-feira o Ministério da Saúde, o que eleva para 24 milhões o total de vacinas adquiridas para o país.
Privados aguardam
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada já foi contactada pelo Ministério da Saúde para definir a vacinação dos 15 mil profissionais de saúde (cerca de oito mil são médicos) que trabalham nos hospitais privados. O presidente da APHP, Óscar Gaspar, espera ter informação até ao final da semana sobre a data em que vai começar a vacinação destes trabalhadores.