Procura supera níveis pré-pandemia e já há locais totalmente lotados. Há grupos maiores e também de alunos de outros anos que adiaram as saídas.
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As viagens de finalistas estão de regresso com o desconfinamento e há agências de viagens que já esgotaram os pacotes para a Páscoa. Marina d'Or, em Valência, Espanha, vai voltar a encher-se com estudantes portugueses, assim a pandemia o volte a permitir.
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A Sporjovem é um dos casos. Já tem cerca de oito mil reservas de finalistas para abril - as semanas das férias da Páscoa são sempre as privilegiadas para a realização destas viagens. "Todos os hotéis vão ser ocupados pelos estudantes portugueses. Até já estamos a procurar em cidades vizinhas", explica, ao JN, o diretor-geral da agência, Orlando Sagaz Pinto. A Sporjovem tem, neste momento, um único destino para os finalistas, Marina d'Or, que inclui a organização de um festival de seis dias de concertos e festas.
"Pela primeira vez, e ao fim de oito edições em Marina d'Or, vamos esgotar toda a capacidade hoteleira: quatro hotéis e 24 blocos de apartamentos", frisa Orlando Sagaz Pinto, lembrando que desde 2012 que não tinham um destino "esgotado".
Apesar do agravamento da pandemia, a Sporjovem não regista desistências. "Nota-se que ainda há um grande receio, imagino que mais dos pais, mas também há uma imensa vontade", assinala Orlando Sagaz Pinto.
"Seguros covid"
A Megafinalistas também regista uma procura em níveis pré-pandemia ou até superiores, considera Tomás Andrade. A agência tem os dois destinos para finalistas já "quase esgotados": "Rebel Village", em Salou, Barcelona, e a "Sumol Snowtrip", em Pas de la Casa, Andorra, ambos os pacotes com festival de concertos e de festas incluído.
Tomás Andrade menciona que pais e estudantes têm manifestado maior preocupação pela alteração dos dias da pausa letiva na Páscoa do que pela "previsível subida de casos". A Megafinalistas tem uma equipa para acompanhar pais e estudantes. "Em caso de cancelamento, recebem 100%, por isso, não existe grande preocupação", explica.
Este ano, há grupos maiores e finalistas de 2020 e 2021 que, como não puderam realizar a sua viagem por causa da pandemia, resolveram agora organizá-la, relatam os dois diretores.
Em termos de regras adicionais, independentemente da obrigatoriedade, as duas agências estão a alertar os estudantes para a necessidade de realizarem testes à covid antes da viagem e de embarcarem com os certificados de vacinação. Além dos habituais seguros, a pandemia trouxe novos, tanto para acautelar cancelamentos, como para casos de infeção diagnosticados em plena viagem. Um custo extra que, dizem, reforça a segurança.
Pais devem envolver-se
As direções das escolas não interferem na organização das viagens de finalistas. Regra geral, essa é uma atividade das associações de estudantes. O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, defende, por isso, que "os pais e associações de pais se envolvam mais na organização destas viagens, até porque a evolução da pandemia pode voltar a impor nova vaga de cancelamentos, processos contenciosos, que penalizam as famílias e as empresas".
"O que recomendo é prudência", insiste. E quer as regras o imponham ou não como obrigatório, defende a realização de testes antes e depois das viagens.
Regimes
Vales e reembolsos
A declaração de pandemia gerou uma enxurrada de cancelamentos de viagens. Um regime excecional permitiu às agências reagendarem ou emitirem vales de um valor igual aos pacotes contratualizados.
Até 31 de dezembro
O prazo para essas trocas termina a 31 de dezembro. Quem não usufruiu, de acordo com o decreto-lei 17/ 2020, tem direito a ser reembolsado no prazo de 14 dias. Se a agência não cumprir, os viajantes podem acionar o fundo de garantia das viagens e turismo.