Desde 2019 que se realizaram 16 ações de formação presenciais sobre incêndios a empresas e agentes turísticos, entidades e autoridades locais, turistas nacionais e estrangeiros e população local. As formações ocorreram de norte a sul do país e contaram com a presença de mais de 1300 participantes de diversas áreas.
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Em causa está o reestabelecimento do sentimento de segurança no turismo rural e florestal, a nível nacional e internacional, abalado pelos incêndios de 2017.
As formações estão enquadradas no "Plano de Capacitação do Setor do Turismo em Situações de Risco de Incêndio 2018-2020", que conta também com outras iniciativas, como a distribuição de guias de recomendações em eventos e atividades rurais. Os impulsionadores da iniciativa foram o Turismo de Portugal e a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), com a colaboração do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas, Guarda Nacional Republicana e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
A colaboração do setor turístico revelou-se essencial para a divulgação e sensibilização para o tema junto dos turistas, em conjunto com a informação disponível online. O envolvimento das populações rurais no combate e prevenção dos incêndios é já feito pelo programa "Aldeia Segura Pessoas Seguras", que envolve também o setor turístico. No âmbito da construção do guia técnico de apoio à elaboração de planos de segurança, as visitas aos aldeamentos próximos de zonas florestais foram importantes para "perceber o que era possível melhorar" a nível de segurança e prevenção de incêndios e para perceber "qual o entendimento das pessoas relativamente aos turistas", disse Luís Lopes, coordenador regional da AGIF na região Centro.
O plano incluiu ainda mais iniciativas como 14 guias com recomendações, em português e inglês, distribuídos a utilizadores e staff de parques de campismo e caravanismo, festivais, rotas e trilhos pedestres e cicláveis,
Despertar de consciências
Foi em 2017 que houve um "despertar de consciência para os incêndios", afirmou Luís Lopes. "O setor do turismo ainda não tinha conteúdos dedicados aos incêndios", mas passada uma fase de "desconfiança inicial" e optando-se por uma abordagem menos repressiva, várias entidades começaram a "aderir voluntariamente".
A adesão de mais pessoas ao programa mostrou que a autoproteção e prevenção aos incêndios é uma "necessidade", concluiu o coordenador regional da AGIF. Para o ano de 2022 espera-se estabelecer um "protocolo para manter e desenvolver as ações que estão em fase piloto" com mais entidades, entre as quais o IPMA.
"Incêndios e Turismo em Territórios Rurais - Autoproteção e Segurança" e " Turismo e Incêndios Rurais - Boas Práticas para umas Férias em Segurança" foram dois dos temas das formações, que ocorreram maioritariamente online. Outras formações dadas eram sobre temas destinados a eventos mais específicos, como a que abordou "Risco de incêndio em festivais de verão e parques de campismo e caravanismo", que decorreu em cinco festivais de verão e quatorze parques de campismo e caravanismo. O Webinar "Turismo e Incêndios Rurais - Boas Práticas para umas Férias em Segurança" encontra-se disponível em https://www.agif.pt/pt/protocolotdpe a "Conferência Internacional - American Trails com Mike Passo" em https://www.agif.pt/pt/conferencia-internacional.
Disponível online encontra-se o curso "Incêndios Rurais e Turismo - Autoproteção e Segurança", com quatro módulos, direcionado especialmente para o setor turístico e de conservação da natureza, mas que poderá ser útil para todas as pessoas (consulte o curso em https://www.agif.pt/pt/protocolotdp).