A "urgência de fazer um país" foi o gatilho das 27 deputadas da Constituinte
O Parlamento evoca, esta sexta-feira, numa sessão solene os 50 anos do direito das mulheres ao voto em Portugal. As mulheres eleitas para fazer a Constituição representavam 8% do plenário.
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Estamos a 7 de março de 1975. Em menos de 24 horas, as portuguesas estarão a celebrar pela primeira vez em democracia o 8 de Março. Quase um mês e meio depois, a 25 de Abril de 1975, todas as mulheres, independentemente do seu estatuto, vão votar. Os resultados ditam que serão 20 as deputadas eleitas para a Assembleia Constituinte. No final do mandato, serão 27. Carmelinda Pereira e Helena Roseta foram duas delas. O Parlamento vai evocar, esta sexta-feira, os 50 anos da universalização do direito das mulheres ao voto em Portugal.
“Tinha 27 anos. Era uma miúda. Não percebia nada de constituições, nem tinha experiência política por aí além”. Já com o curso de Arquitetura feito, Helena Roseta começou a destacar-se no PPD (hoje PSD) nas sessões de esclarecimento que o partido dava em todo o país, no pós-Revolução. Tinha consciência de que as forças políticas precisavam de pôr mulheres nas listas e assim “compor o ramalhete”, afirma. “Para não parecer tão mal”, acrescenta.