O processo de mumificação de abelhas é muito raro. O estudo de casulos por investigadores lusos, espanhóis e italianos poderá ajudar a estabelecer estratégias de resiliência destas espécies às alterações climáticas.
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Centenas de abelhas mumificadas no interior do seus casulos foram descobertas no litoral de Odemira. A revelação surge num estudo publicado na revista internacional “Papers in Paleontology”, que conta com a participação de investigadores portugueses, italianos e espanhóis. Carlos Neto de Carvalho, paleontólogo coordenador do projeto, acredita que entender os motivos da mumificação rara destes casulos poderá ajudar a estabelecer estratégias de resiliência às alterações climáticas.
Chamam-se Eucera, uma das cerca de 700 espécies de abelhas que ainda existem em Portugal continental e são do tempo dos faraós, estando conservadas há quase três mil anos. A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, uma das entidades responsáveis pelo estudo, explica que “este método de fossilização é extremamente raro” e que, “normalmente o esqueleto destes insetos é decomposto rapidamente, já que tem uma composição quitinosa, que é um composto orgânico”.