Tornar o setor da energia mais competitivo e resiliente é um dos objetivos do consórcio apoiado pelo PRR.
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A Agenda Aliança para a Transição Energética (ATE), é uma das maiores agendas mobilizadoras do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, e tem em curso projetos em várias frentes para catalisar o sistema energético nacional. Em causa está uma ação concertada de toda a cadeia de valor do setor da energia, para acelerar a mudança, e colocar Portugal na liderança da transição energética.
Hoje, membros do consórcio, parceiros estratégicos e especialistas em energia, tecnologia e sustentabilidade, têm encontro marcado numa conferência da ATE, no Centro de Congressos, Super Bock Arena, no Porto, para um momento de balanço dos projetos da agenda, e de debate sobre os desafios futuros e a continuidade deste movimento para lá das metas iniciais.
“Ao longo do tempo tem-se tentado tornar isto num cluster à volta da energia, um pouco a trabalhar pós-agenda ou pós-PRR, numa lógica de ‘o que é que fica depois deste projeto terminar?’, diretamente em cada uma das empresas [parceiras], mas também em matéria de um ecossistema de colaboração, mais capaz de enfrentar uma concorrência que é global, para a qual nem as empresas grandes estão propriamente capacitadas, porque a concorrência é feroz quando feita à escala global”, afirma Miguel Pereira Gomes, diretor-geral de Tecnologia da Efacec, e presidente da associação gestora do consórcio ATE [a AATE].
“Vai ser necessário que as entidades comecem a pensar um pouco para lá de junho de 2026 e a criar as condições para que a associação perdure e tenha esta nova missão, reinventada, de manter um cluster num ecossistema realmente competitivo na área da energia”, considera, notando que da agenda ATE sai “uma panóplia de projetos e de produtos, que cada uma das entidades (parceiras) pretende atingir e lançar no mercado, e que é bastante industrializável e focada na economia real”.
Carregamento otimizado de frotas de veículos elétricos e novas soluções de carga de veículos elétricos, com aplicação em operações logísticas, ou uma plataforma de gestão multimodal de transportes públicos, assim como edifícios energeticamente net positivos como hubs para mobilidade elétrica, armazenamento e flexibilidade, foram desenvolvidos no âmbito da ATE. E ainda soluções de algoritmos de previsão de produção e consumo energético em edifícios municipais, uma rede de laboratórios para a transição energética, uma plataforma de simulação e gateway para redes de energia e produção renovável, e células solares sensibilizadas por corantes para IoT, além de uma nova metodologia para design, simulação, monitorização, operação e manutenção para sistemas fotovoltaicos flutuantes, e ferramentas para dimensionamento de ativos para comunidades energéticas renováveis, para a otimização da gestão de energia em edifícios inteligentes, e de planeamento à integração de gases renováveis na rede de gás natural e apoiar o uso de hidrogénio verde em nível industrial.