Mil passos a mais por dia podem reduzir risco de depressão em 9%. Estudo revela como

Num contexto em que os smartwatches e os monitores de atividade física transformaram a contagem de passos num hábito quotidiano, um novo estudo sugere que os benefícios podem ir além da forma física. Investigadores da Universidade de Castilla-La Mancha, em Espanha, concluíram que caminhar mais ao longo do dia está associado a um menor risco de depressão. A investigação aponta para a caminhada diária como uma medida simples, mas potencialmente eficaz, na prevenção de problemas de saúde mental.

Publicado na revista "JAMA Network Open", o estudo analisou dados de mais de 96 mil adultos de 13 países e concluiu que, por cada 1000 passos adicionais dados diariamente, o risco de desenvolver depressão reduz-se em 9%. Trata-se de uma descoberta com potencial para transformar a forma como se abordam as estratégias de prevenção na área da saúde mental.

Em comparação com quem dava menos de cinco mil passos por dia - um nível associado a um estilo de vida sedentário - os participantes com contagens de passos mais elevadas registaram melhorias progressivas na saúde mental. Os efeitos protetores foram especialmente evidentes entre aqueles que caminhavam entre 7500 e dez mil passos diários, apresentando significativamente menos sintomas depressivos do que os seus pares menos ativos.

Benefícios neurológicos das caminhadas

A prática regular de atividade física tem sido associada a diversos efeitos positivos no organismo, incluindo a redução de processos inflamatórios, o aumento da neuroplasticidade - ou seja, a capacidade do cérebro de criar novas ligações - e uma regulação mais eficaz dos mecanismos de resposta ao stress. Caminhar, sobretudo em ambientes exteriores, pode ainda favorecer a socialização e proporcionar contacto com a natureza, dois fatores também relevantes para o bem-estar mental.