"Descuido" saiu-lhe caro: João Gaspar terá de fazer um segundo exame de condução porque chumbou no primeiro.
Corpo do artigo
João Gaspar passou vários anos como condutor "sem ser incomodado", até outubro do ano passado, altura em que foi avisado por um polícia de que tinha a carta caducada. Começou uma odisseia de um "descuido que lhe saiu caro", conta ao JN. Deveria ter renovado a carta aos 60 anos, mas deixou passar cerca de três anos e meio. Hoje está habilitado a conduzir com uma guia, enquanto não realiza um segundo exame de condução. Chumbou na primeira prova no verão.
"O meu carro estava parado e outro veículo bateu-me", relembra. Chamada a Polícia, João Gaspar foi informado pelo agente de que seria multado, caso tivesse estado envolvido diretamente no acidente. "Perguntei-lhe porquê e respondeu-me que tinha a carta caducada", apontou. A não renovação da carta de condução deveu-se a um simples "esquecimento". Caso não tivesse ocorrido o sinistro, João teria continuado a conduzir com o título caducado. Convencido de que a validade ainda não tinha expirado.
Voltar a ter aulas
Residente em Coimbra, o professor de 64 anos dirigiu-se a uma delegação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), onde deu início ao processo de revalidação da carta de condução. À luz da atual legislação, João Gaspar devia ter renovado a carta aos 60 anos, por conduzir um veículo da categoria B. Como deixou passar mais do que dois anos, tem de realizar uma prova prática para reaver o título.
Não teve grande dificuldade em marcar o exame de condução, porém revela que já se "verificavam alguns atrasos nas provas". Fez a primeira no fim de junho deste ano, ainda a recuperar de uma infeção por covid-19. O resultado não foi bom: chumbou e terá de voltar a ser examinado. Inscreveu-se, por sua vontade, novamente numa escola.
João Gaspar diz que o primeiro exame para reaver a carta "não foi agradável". "A examinadora tinha falta de empatia. A maneira de falar desassossegaria qualquer um (...) Sei que não parei num stop". O professor, "quase na idade de reforma", tirou a carta há 42 anos e não se conforma com o sistema de renovação.
Ainda assim, decidiu voltar a inscrever-se na escola de condução, até por ter havido alterações no Código da Estrada. "Andava desfasado de tudo", admite, apontando o dedo ao facto de não poder levar o seu carro automático para fazer exame. Toda a situação não lhe tem facilitado a vida. "Não me sinto bem". Terá de marcar nova data de exame no IMT.