A menos de uma semana da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2026, agendada para sexta-feira, o Governo da Aliança Democrática está cada vez mais pressionado a apresentar aumentos permanentes das pensões mais baixas, uma vez que José Luís Carneiro (PS) e André Ventura (Chega) não se contentam com a simples atualização do Complemento Solidário para Idosos (CSI).
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O Governo anunciou um novo aumento do CSI para o próximo ano, mas nem todos os idosos com pensões baixas conseguem ter acesso àquele complemento, que é burocrático, mais restrito e só funciona por candidaturas.
Na Lourinhã, sábado à noite, José Luís Carneiro celebrou o aniversário e criticou o que já se conhece da proposta: "As pensões que correspondem a cerca de 520 euros por mês, extraindo o CSI, terão perdas durante 2026". O socialista disse que está aberto a aprovar aumentos das pensões mínimas "de forma estrutural e duradoura", pelo que esta questão merece "a maior atenção", alertou.
Um dia depois, também André Ventura pediu "um acordo para aumentar as pensões em Portugal". Em Elvas, o líder do Chega sustentou que "não há maior combate à pobreza do que aumentar pensões e de forma permanente".
PCP atento ao noivado
Desde que foi eleito primeiro-ministro, Luís Montenegro tem preferido os aumentos do CSI às subidas estruturais das pensões mais baixas. Além de ter subido duas vezes o valor de referência do complemento num ano e meio, também eliminou a regra, inibitória, em que os salários dos filhos e netos contavam para o cálculo dos rendimentos do idoso.
Devido ao anúncio do CSI, Montenegro foi criticado por Paulo Raimundo, do PCP: "Diz que o Orçamento é só para depois das eleições, mas depois vai deixando cair umas peçazinhas". O comunista não esqueceu ainda o PS e o Chega: "Eu tenho visto com algum interesse este movimento de cotoveladas para ver quem é a noiva do Governo".