Mortes no rio são mais do dobro das que acontecem no mar. Este ano já morreram afogadas 58 pessoas, as últimas das quais na quarta-feira em Fafe e Pombal.
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Nos últimos dois meses, morreram 28 pessoas por afogamento em Portugal. De acordo com o Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, registaram-se 25 mortes entre 1 de junho e 23 de julho, mas a estes juntam-se mais três ocorridos esta semana, os último dos quais na quarta-feira, em Fafe e Pombal, onde uma criança de 12 anos morreu afogada no Parque do Açude, no Rio Arunca. Mas a maioria acontece no rio.
O total de vítimas por afogamento sobe para 58 nos primeiros sete meses do ano. Não há dados comparativos para este período, mas durante todo o ano de 2020 morreram afogadas 79 pessoas. Os primeiros sete meses deste ano já superaram as 50 mortes registadas nos 12 meses de 2019 e está muito perto dos 62 de 2018.
O relatório do Observatório do Afogamento detalha as ocorrências dos primeiros seis meses, durante os quais morreram 46 pessoas (em julho, até quarta-feira, morreram mais 11). Todas aconteceram em locais sem vigilância, sendo que a maioria não foi alvo de tentativas de salvamento nem foi, sequer, presenciada.
Olhando para o primeiro semestre, o rio é o local onde este ano tem morrido mais gente afogada (21 casos, 46%) e regista mais do dobro das mortes no mar (nove casos, 20%).
O distrito que regista mais mortes é Lisboa, com sete, seguido do Porto, com seis, e Faro e Viana do Castelo, com cinco. A esmagadora maioria das vítimas é de nacionalidade portuguesa, mas também já morreram três brasileiros, dois britânicos, um cabo-verdiano e um ucraniano. A maioria é do sexo masculino e o período do dia com maior registo é a tarde.
Barragem da Queimadela
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Uma das duas últimas mortes aconteceu junto à Barragem da Queimadela, em Fafe, onde o corpo de um homem de 37 anos foi, na quarta-feira, retirado do rio. Duarte Machado tinha sido visto pela última vez às 22 horas de segunda-feira e, no dia seguinte, a GNR e a família fizeram buscas nas margens, mas sem sucesso.
Na quarta-feira, depois de mobilizado um forte contingente de meios para a barragem, os mergulhadores das corporações de Bombeiros do distrito de Braga conseguiram resgatar o corpo. Foi encontrado cerca das 10 horas, a 10 metros de profundidade, na zona do paredão. Estiveram envolvidos os bombeiros Famalicenses, de Barcelos, Barcelinhos, Taipas, Vizela e Fafe.
Coimbra
Encontrado com vida junto ao Mondego
O homem, de 41 anos, que estava a ser procurado no rio Mondego, em Coimbra, foi encontrado com vida ontem de manhã. Estava bem de saúde, apresentando algum desgaste de ter estado 24 horas fora de casa. As autoridades encontraram-no próximo da ponte dos Casais, a poucos metros da zona onde estava a ser procurado. Tinha a roupa molhada, o que indicia ter estado na água, mas saiu pelo próprio pé. Foi encontrado pelas 8.30 horas, cerca de 24 horas depois de as autoridades terem sido alertadas.