Os cabeças de lista por Lisboa do AGIR (PTP/MAS), Joana Amaral Dias, e do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, juntaram-se esta terça-feira à manifestação em defesa dos bairros sociais, em frente ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana em Lisboa.
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"O AGIR está com a causa dos bairros sociais, está com a causa da habitação condigna", afirmou hoje Joana Amaral Dias à Lusa, referindo que a número 4 na lista por Lisboa, Daniela Serralha, "é uma das grandes promotoras, ativistas e defensoras dos bairros sociais". Daniela Serralha é a presidente do Instituto de Apoio aos Bairros Sociais, que promoveu o protesto de hoje.
Já Garcia Pereira, também em declarações à Lusa, contou ter tomado conhecimento do protesto, "com pessoas de vários prontos do país", e decidiu ir "manifestar solidariedade", a sua e do partido, "relativamente a esta luta, que é uma luta inteiramente justa".
Joana Amaral Dias disse que o que se passa com a habitação em Portugal, "que é um direito inalienável dos cidadãos, é um direito tão essencial como o direito à saúde e do direito à educação, é absolutamente vergonhoso".
De acordo com a dirigente do AGIR, "a lei das rendas fez com que muitas pessoas perdessem as suas casas, por aumentos na ordem dos mil por cento de rendas".
"Além de que as penhoras da Segurança Social e as penhoras das Finanças estão a roubar as casas a famílias por meia dúzia de euros. Ricardo Salgado está em prisão domiciliária numa mansão de luxo e não é alvo de arresto e pessoas como as que estão hoje aqui perdem a sua casa porque devem 20 euros à Segurança Social. Não é admissível, temos que por cobro a isto", defendeu.
Também Garcia Pereira criticou a lei "inteiramente fascista, que embora designada de lei apoiada o que faz é promover a elevação das rendas a valores completamente incomportáveis".
"São estas pessoas que têm feito, na maior parte dos casos os consertos e as reparações indispensáveis às respetivas casas e veem-se agora colocados na obrigação de pagar rendas que não há qualquer hipótese. Estão com o cutelo do despejo em cima. O seu protesto é inteiramente legítimo", disse.
Mais de 150 moradores de bairros sociais de todo o país manifestaram-se hoje frente à sede do IHRU exigindo a suspensão da nova lei da renda apoiada, que entrou em vigor no início do mês de março.
Esta lei prevê, entre outros aspetos, que se determine o valor a pagar com base nos rendimentos brutos e não nos líquidos dos arrendatários e que não se tenha em conta que os arrendatários mais antigos podem ter doenças crónicas e despesas com medicamentos.
A nova lei estabelece que as rendas sejam calculadas consoante os rendimentos e o agregado familiar, beneficiando, segundo o Governo, as famílias com mais elementos.