Diretores receiam dificuldades nas substituições sobretudo nas regiões de Lisboa e Algarve. Falta colocar docentes de História, Física e Biologia.
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Após a contratação inicial em agosto e a primeira reserva de recrutamento de 1 de setembro, já só restavam nas listas dos docentes por colocar 62 professores de Informática, 277 de Geografia, 509 de História, 595 de Física e Química e 657 de Biologia e Geologia apontou, ao JN, Vítor Godinho, dirigente da Federação Nacional de Professores. Uma das maiores preocupações dos diretores é a dificuldade nas substituições de docentes durante o ano letivo, especialmente nas regiões de Lisboa e Algarve.
As escolas, garantem Manuel Pereira e David Sousa, já têm a quase totalidade dos docentes nas escolas, graças às colocações feitas mais cedo pelo Ministério de Educação. De acordo com Vítor Godinho, em contratação de escola apenas estavam 315 horários por preencher, todos inferiores a oito horas letivas.
Nas mãos das autarquias
"O ano vai começar com quase todos os professores, exceto em regiões mais carentes, como Lisboa ou o Algarve", admite Manuel Pereira. O presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE) defende que devem ser as câmaras "a assumir a responsabilidade de criar soluções que estimulem a fixação de professores, tal como há anos foi garantido alojamento para cativar médicos para o interior do país".
O vice-presidente da Associação Nacional de Diretores (ANDAEP), David Sousa, considera que o problema, que se tenderá a agravar devido às previsões das aposentações, carece de medidas "estruturais". "É preciso garantir condições para quem tem de se deslocar", insiste.
"Até agora, o processo está a correr muito bem. O problema vai sentir-se depois, com o decorrer do ano letivo, as naturais substituições temporárias que terão de ser feitas devido a doenças, partos ou aposentações, por exemplo. Tem havido grandes constrangimentos em particular em algumas regiões do Sul do país", sublinha David Sousa, vice-presidente da ANDAEP.
Os diretores receiam a falta crónica de assistentes operacionais: há concursos relativos ao reforço dos funcionários previsto no Orçamento que ainda não estão concluídos e muitas escolas não têm bolsas para assegurar substituições, alertam.