Vinte e quatro anos depois da proibição de fumar dentro dos aviões, ainda há quem pense que se safa por acender um cigarro na casa de banho.
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Este ano, a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) já passou 22 mil euros em coimas, metade das quais associada ao consumo de tabaco numa aeronave. Número que poderia ser superior, caso não tivessem ocorrido as restrições no tráfego aéreo, provocadas pela pandemia da covid-19.
Segundo dados disponibilizados, ao JN, pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), este ano foram apanhadas cinco pessoas a fumar dentro de um avião, o que corresponde a metade das contraordenações emitidas até finais de agosto passado.
Recorde-se que, em Portugal, é proibido fumar dentro de aviões, desde 1996. A United Airlines foi a primeira companhia aérea do mundo a avançar com uma medida que é, desde 2000, transversal a todas as empresas do globo. Ainda assim, fumar dentro de uma aeronave continua a ser a principal infração detetada.
No ano passado, segundo a ANAC, foram apanhadas 31 pessoas a fumar dentro de um avião. E, em 2018, foram 81 os passageiros que receberam contraordenações devido a essa infração.
Excesso de álcool
Depois do fumo, o consumo excessivo de álcool, provocando agitação, é o segundo motivo das contraordenações emitidas a passageiros pela ANAC. Este ano, foram sancionados cinco passageiros, um dos quais por já entrar no avião embriagado. No total, a ANAC emitiu dez contraordenações, num valor global de 22 mil euros e com 2295 euros de custas associadas ao processo.
No ano passado, foram oito: uma por entrada a bordo sob influência de álcool e sete por consumo de bebidas alcoólicas a bordo. Em 2018, foram sancionadas 27 pessoas com contraordenações relacionadas com o excesso de álcool.
Segundo a KLM Linhas Aéreas, os passageiros alvo de infrações até podem ter bebido pouco. O problema prende-se com os efeitos provocados no organismo pela absorção de álcool no sangue em elevadas altitudes. Basicamente, beber dentro de um avião ou momentos antes do embarque provoca o mesmo efeito que o consumo de álcool em altitude de montanhas entre 1800 a 2200 metros. É que, em ambientes de pressão baixa, o corpo tem menos capacidade para absorver oxigénio, o que faz com que sejam mais rápidos os efeitos das bebidas alcoólicas.
Números
272 mil euros foi o valor total das contraordenações emitidas pela ANAC, desde 2018, ano em que somaram 189,7 mil euros. Em 2019, foram 60 mil euros.
5 coimas foram aplicadas, desde 2018, pelo uso de dispositivos eletrónicos, como telemóveis ou computadores dentro de um avião, segundo a ANAC.