Bacia do Lima quase duplica, em três semanas, volume de água armazenado. No Algarve, situação mantém-se crítica.
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A precipitação que se tem feito sentir no país, em particular nas regiões Norte e Centro, tem permitido aumentar, de semana para semana, as reservas de água, com as albufeiras, na passada segunda-feira, a 60% da sua capacidade total. Com impactos significativos, nomeadamente, na bacia do Lima, enquanto a Sul as ribeiras do Barlavento e do Sotavento continuam em situação crítica. Já Espanha tem as suas albufeiras a 32,55%.
De acordo com o boletim desta semana da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), face à semana passada o volume armazenado subiu em sete bacias hidrográficas e desceu noutras sete. Sendo que, das 80 albufeiras monitorizadas, 26% tinham disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total. Destacando-se a bacia do Douro, nos 86,7%, com mais de metade das albufeiras acima dos 90%. Do lado espanhol, o Douro está a 33,58%.
Destaque ainda para a bacia do Lima, a 69,8% da capacidade, quando há três semanas estava nos 36%. Alavancada pela albufeira do Alto Lindoso, que naquele espaço temporal duplicou as suas reservas, estando agora a 69%. Sendo que, em termos de recuperação face à semana passada, sobressai a barragem de Fagilde, com as reservas a aumentarem 29%. Atualmente, de acordo com o Ministério do Ambiente, estão a ser estudadas alternativas de reabilitação para a barragem de Fagilde, análise que deverá estar concluída até ao final deste ano.
Críticas continuam as bacias a Sul do país, com a albufeira de Bravura (Barlavento) a manter-se nos 9%, apesar de estar já a ser utilizada exclusivamente para abastecimento público e de se estar a utilizar o volume morto. No Sotavento, as albufeiras de Beliche e Odeleite estão, respetivamente, a 24% e 30%. A APA identifica ainda como crítica a situação das bacias do Tejo (50,9%), Mira (35%), Cávado (49,7%), Sado (35,8%) e Ribeiras do Oeste (45,1%). Na primeira quinzena deste mês, refira-se, apenas o armazenamento nas bacias do Lima, Ave e Douro estavam acima da média para a época.
No final de outubro, em que a precipitação correspondeu a 123% do valor normal (série 1971-2000), registou-se um significativo desagravamento da situação de seca, com apenas 9,7% do território na classe de seca severa. Destacando-se o fim da seca meteorológica na região noroeste, após 9/10 naquela situação, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.