Em dois meses, já passaram pelas praias 12,6 milhões de pessoas. Info Praia com 403 mil instalações. APA faz balanço "muito positivo".
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Nos últimos dois meses, o sinal vermelho foi acionado quase 2500 vezes nas praias portuguesas. O que significa que aqueles areais estavam já com ocupação plena. Não ditando a proibição de frequência da praia, não havendo por isso lugar a qualquer multa, são antes um aviso aos veraneantes para que procurem outro areal.
De acordo com os dados disponibilizados ao JN pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entre os dias 6 de junho - arranque parcial da época balnear - e o passado domingo, a bandeira triangular vermelha foi içada 2476 vezes. Já a amarela, que indica uma ocupação elevada (entre um a dois terço) avistou-se nos areais por 5188 vezes. A verde (até um terço), por sua vez, foi içada mais de 21 mil vezes. Refira-se, a este propósito, que ao longo do dia a sinalética de cores pode ir variando mediante a ocupação da praia.
Os dados da APA apontam ainda para que, no período em análise, tenham estado nas praias nacionais mais de 12,6 milhões de pessoas. As estimativas apontam o fim de semana de 4 e 5 de julho como aquele com maior ocupação, com cerca de um milhão de utilizadores. Dias em que o valor médio da temperatura máxima do ar no continente foi superior a 35°C, naquele que, sabemos agora, foi o julho mais quente desde que há registos.
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Já no último fim de semana, 25 praias com lotação igual ou superior a duas mil pessoas atingiram a ocupação plena, numa lista liderada pela praia de S. João da Caparica, com capacidade para 9700 veraneantes. Ontem, pouco passava das 11 horas e já vários areais em Lagoa estavam cheios, como Marinha, Benagil ou Caneiros, praias pequenas e que em pleno mês de agosto veem a sua capacidade - 15, 50 e 150 lugares, respetivamente - sumir-se num ápice.
850 mil lugares disponíveis
Para facilitar a vida dos banhistas antes de se deslocarem à praia, foi desenvolvida a aplicação Info Praia com informação em tempo real da ocupação dos areais, tanto costeiros como interiores. Recorde-se que a APA está a monitorizar 552 praias, numa total de 850 mil lugares disponíveis.
Até ao passado dia 9 de agosto, aquela aplicação contava com mais de 403 mil instalações. De acordo com a APA, 28 de junho foi o dia com o "máximo de utilizadores distintos, de quase 125 mil". Por outro lado, sublinha, "o número de utilizadores do site Info Praia tem aumentado e o da app diminuído". Somando as duas fontes de informação, nos fins de semana, os registos têm estado acima dos 60 mil utilizadores diários.
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Ao JN, a APA faz um balanço "muito positivo" do regime excecional e temporário para a ocupação das praias no contexto da pandemia covid-19. "Tanto em termos da implementação no terreno das regras definidas" na lei, como "ao nível do comportamento dos utentes, que maioritariamente têm respeitado o distanciamento social e as outras normas definidas", precisa.
Refira-se, por último, que, em caso de incumprimento reiterado das normas de segurança, as autoridades podem interditar o acesso à praia por motivos de saúde pública. O que, até à data, não se verificou.
Método de cálculo
A capacidade potencial de ocupação das praias de banhos, tendo em conta a segurança dos utentes e a proteção da saúde pública, considera a área útil da zona destinada ao uso balnear, as marés, se aplicável, e uma área de segurança mínima por utente, definida em 8,5 metros quadrados por pessoa.
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Distâncias no areal
Quando integrados em grupos diferentes, os banhistas devem assegurar uma distância entre toalhas de 1,5 metros e entre guarda-sóis de três.