A Aliança Democrática (AD) lançou uma campanha nas redes sociais para evitar ser confundida com a Alternativa Democrática Nacional (ADN) no boletim de voto. O receio já levou o líder do PSD, Luís Montenegro, a explicar, num comício, que a cruz deve de ser colocada onde surgem os símbolos do PSD, CDS-PP e PPM.
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A eventual confusão entre Aliança Democrática (AD) e Alternativa Democrática Nacional (ADN), na hora de votar, foi levantada pelo antigo “guru” de António Costa e autor do livro “Como mentem as sondagens”, Luís Paixão Martins, perante o “súbito crescimento do ADN”, que surgiu numa recente sondagem com 1% de intenções de voto e a possibilidade de conseguir um deputado.
Para Luís Paixão Martins, isso pode dever-se a uma confusão de nomes, uma vez que entre AD e ADN há apenas a diferença de uma letra, embora ideologicamente estejam em campos opostos. Ainda esta semana, começaram a circular nas redes sociais imagens de boletins de voto explicando precisamente que quem pretende votar na coligação entre PSD, CDS-PP e PPM deve colocar a cruz onde surgem aqueles três partidos sob o chapéu de “Aliança Democrática”.
“É uma realidade. Como é que conseguem 1% nas sondagens? Há muita gente que diz isso (que há uma confusão entre AD e ADN)”, considera o diretor da campanha da AD, Pedro Esteves.
A questão foi abordada pelo próprio líder social-democrata, num comício, esta quarta-feira, em Évora. “O ADN não tem nada a ver connosco. A AD são três partidos, PSD, CDS-PP e PPM. O voto da esperança e da energia positiva é o da AD”, explicou Luís Montenegro, apontando para os símbolos dos três partidos, que surgem no boletim de voto.
Esta quinta-feira, no final de uma visita a uma empresa em Ansião, Luís Montenegro referiu que tem recebido contactos de "muitos eleitores que ficam confusos quando veem as simulações dos boletins de voto, porque efetivamene há uma parecença entre a sigla da AD e a do ADN".
"É preciso que as pessoas tenham esclarecimento desse ponto de vista. Não quero que quem vota ADN vote na AD nem quem vota AD vote no ADN. Quero que a vontade real das pessoas seja manifestada no boletim de voto", acrescentou o líder do PSD.
Para evitar mais confusões, a AD lançou uma campanha. “Na hora do voto fica atento ao teu boletim. Há nomes parecidos”, ouve-se num vídeo que anda a circular nas redes sociais, onde se explica precisamente que a “Aliança Democrática” surge ao lado “dos símbolos PSD, CDS e PPM”.
Recorde-se que a Aliança Democrática procura ser uma reedição da coligação que elegeu como primeiro-ministro o falecido líder social-democrata Francisco Sá Carneiro. Tal como em 1979 é formada por três partidos: PSD, CDS-PP e PPM. Já a Alternativa Democrática Nacional (ADN), um partido que foi criado em 2021, é considerado de extrema-direita, lutando sobretudo contra as medidas implementadas durante a pandemia de covid-19. Aliás, nesse âmbito, o ADN já colocou um processo contra o Estado português no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
“Há a questão das restrições de direitos durante a pandemia mas também esta mortalidade excessiva que ninguém quer saber. A gestão da pandemia foi péssima. Destruíram o Serviço Nacional de Saúde, muita gente ficou por tratar, sobretudo casos de cancro. E depois obrigaram as pessoas a inocularem-se com uma substância experimental”, justifica o presidente do ADN, Bruno Fialho.
Bruno Fialho não concorda, contudo, que o ADN esteja a ser confundido com a AD de Montenegro. “Dizer isso é chamar burros aos portugueses. É tentar rebaixar esta onda que existe pelo ADN. É uma tentativa de minimizar, de desprezar a importância do que estamos a alcançar. Se o ADN entrar no Parlamento, vai levar a Tribunal muitas questões que não foram discutidas”, sustenta o líder do partido, considerando que temer uma confusão entre AD e ADN é “a mesma coisa que achar que as pessoas confundem PS com PSD”.