
Gouveia e Melo e ndré Ventura estiveram em debate na RTP
Foto: Francisco Romão Pereira - RTP
Gouveia e Melo considerou o rival um político "relevante" e não o vê como "perigoso". O líder do Chega acusou-o de querer "agradar a toda a gente".
Num debate sem grandes atropelos e marcado pelo tema da imigração, André Ventura colou Gouveia e Melo ao PS, que "diz tudo para agradar a toda a gente". O almirante afirmou ser Portugal o seu "partido" e a defender tanto políticas de Direita como de Esquerda. Os candidatos desvalorizaram o almoço que tiveram e, no final, Gouveia e Melo aproximou-se do rival ao mostrar-se disponível para mudar a Constituição.
André Ventura abriu o frente a frente confiante na vitória na primeira volta e queixar-se da união de todos os candidatos contra si na segunda. Gouveia e Melo distanciou-se outra vez dos partidos e disse que é preciso marchar com as duas pernas: "Às vezes mais com a perna direita e às vezes mais com a perna esquerda". Um pretexto para o rival o acusar de ser o "candidato do PS". "Pode tentar esconder, mas disse mesmo que Mário Soares era a sua referência de presidente da República. Prefiro o general Ramalho Eanes. Dizer que Mário Soares é uma referência é uma traição às Forças Armadas", atirou.
Sobre o almoço que teve com Ventura, o almirante desvalorizou e admitiu que nunca pediu o apoio do Chega, apesar de considerar o seu líder um ator político relevante. "Não é um indivíduo perigoso", acrescentou. Ventura defendeu o encontro porque os políticos "têm de falar". "As pessoas não querem que andemos às turras", disse.
Luz verde para revisão
Foi no tema sobre a imigração que distanciaram posições, mas onde também mais se aproximaram com ambos a admitir uma alteração da Constituição. Questionado sobre o chumbo do Tribunal Constitucional referente a alterações da Lei da Nacionalidade, o candidato apoiado pelo Chega considerou que o "derrotado" foi o país e desafiou o almirante a clarificar a sua posição. Gouveia e Melo defendeu a igualdade de direitos para quem recebe a nacionalidade e qualquer outro português. Ventura questionou ainda o rival: "Concorda que alguém que obtém a nacionalidade e comete um crime de violação mantenha a nacionalidade?". "Não concordo", devolveu Gouveia e Melo, defendendo que "um português se comete um crime também não perde".
Ventura referiu países onde é possível a perda da nacionalidade a "quem lidera gangues", com o adversário a admitir ser necessário "mudar a Constituição" para aplicar em Portugal. E acrescentou que a revisão pode ser feita à Direita, se não mexer no conteúdo fundamental.

