Começam hoje as provas de aferição, mas o que motiva mais pedidos de apoio são os exames nacionais.
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O cenário repete-se, todos os anos. Chegados a meados de maio, muitos alunos do Ensino Secundário recorrem a centros de explicações, para preparar os exames nacionais do 11.º e do 12.º anos. Hoje, começa o período de provas de final de ano letivo, com as provas de aferição do 5.º e do 8.º anos. Mas, como não contam para avaliação, não motivam pedidos de ajuda externa por parte dos alunos.
A partir de hoje, os alunos do 2º, 5.º e 8.º anos iniciam as provas de aferição. Depois, seguem-se as de final de ciclo, do 9.º ano. E, logo a seguir, os exames nacionais do Secundário. Mas Joana Ribeiro, responsável pelo Centro de Explicações Altos Níveis, na Maia, conta que não recebeu, no último mês, "nenhum aluno pontual para as provas de aferição".
No Altos Níveis, os estudantes que se vão submeter a provas de aferição e a provas de final de ciclo são aqueles que já começaram com explicações no início do ano letivo. É que, como não contam para avaliação, "não são muito motivo de preocupação para a maioria dos alunos", refere Joana Ribeiro. Este ano, será o primeiro em que três mil alunos, de 42 escolas, vão realizar no computador as provas de aferição, como projeto-piloto para a desmaterialização das avaliações, que, em 2025, deixarão de ser feitas em papel.
"Dantes, ainda havia os exames do 9.º ano. Mas agora nem esses contam. As explicações do Secundário são mesmo as que, nesta altura do ano, têm mais procura", garante Leonor Sousa, do Centro de Estudos da Boavista, no Porto.
Boom no 1.º período
Matemática, Biologia e Geologia e Física e Química são as disciplinas para as quais há mais procura de explicações. E há, dizem os proprietários de centros de estudos, cada vez mais alunos a procurar apoio para se submeterem aos exames que permitem o acesso universitário para "maiores de 23".
José Carlos Ramos, diretor de franchishing da Explicolândia - com nove unidades, a nível nacional -, sublinha que "a procura de explicações apenas no final do ano letivo é uma realidade que tem vindo a tornar-se menos significativa", até porque "dantes os alunos tinham de fazer exames finais, obrigatórios, a várias disciplinas e agora podem escolher". O que notou, este ano, foi "uma maior procura de explicações logo de início, no primeiro período, para colmatar algumas lacunas de dois anos de ensino em pandemia".
José Carlos Ramos chama a atenção ainda para outra "mudança de paradigma": as explicações em regime online ou híbrido. "Já representam, em média, 15% do total de explicações dos nossos centros. Antes da pandemia, eram inexistentes.