O presidente e deputado do Chega, André Ventura, foi constituído arguido por "discriminação por assédio em razão da origem étnica", numa acusação do Alto Comissariado para as Migrações (ACM). Em causa estará um texto do deputado onde afirma que "90% da comunidade cigana vive de "outras coisas" que não o seu próprio trabalho".
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O ACM recebeu uma denúncia contra o deputado, baseada num texto por ele publicado, em que afirma que "quase 90% da comunidade cigana vive de 'outras coisas' que não o seu próprio trabalho. Enquanto não percebermos que há aqui um problema estrutural, ele continuará a crescer descontroladamente".
O deputado publicou quadros estatísticos para suportar o texto que o Alto Comissariado considera "retirados do seu contexto e com o objetivo de atingir as comunidades ciganas".
André Ventura foi também multado em 438,81 euros por discriminar ciganos, sentenciou a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR). Segundo a decisão da CICDR, a que a Lusa teve acesso, o deputado único do partido da extrema-direita parlamentar praticou uma contraordenação, punível com coima, por "discriminação por assédio em razão da origem étnica".
Ao JN, o deputado afirmou que "este processo, como tantos outros da mesma índole, mais não é do que pura perseguição por parte do Estado e de entidades que nem deveriam existir, uma vez que apenas servem para policiar o discurso político de um líder da oposição".
"É vergonhoso que este tipo de atenção não seja dada também às palavras proferidas por outros políticos da esquerda e da extrema-esquerda", sublinhou.