Os dados de mortalidade do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados nesta sexta-feira confirmam que, após três anos consecutivos com mais de 120 mil mortes anuais, 2023 fecha abaixo daquela negra cifra.
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No ano passado, as estatísticas preliminares do INE apontam para 117.809 óbitos, menos 5,7%, 5,9% e 4,8% face a 2022, 2021 e 2020, respetivamente, anos marcados pela pandemia. Contudo, se comparado com 2019, verifica-se um aumento de 4,9%, com mais 5.466 óbitos. Sendo que, no ano passado, de acordo com o INE, a covid respondeu por 2.109 mortes.
Recorde-se que nos três anos anteriores, marcados por excessos de óbitos, a mortalidade anual ficou sempre acima dos 120 mil. Com destaque para o fatídico 2021, acima das 125 mil mortes, 16% das quais registadas apenas no mês de janeiro. Por outro lado, no ano passado a mortalidade mensal esteve acima dos 10 mil em janeiro, fevereiro, março e dezembro, quando em 2022 apenas em três meses esteve abaixo daquele valor.
Os dados do INE permitem ainda confirmar um desagravamento do saldo natural (diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos), que se mantém em terreno negativo desde 2009 (com um recorde de -45,3 mil em 2021). No acumulado até novembro, o saldo natural estava negativo em -27.728, quando em período homólogo de 2022 estava nos -35.484. O que se explica pela redução no número de óbitos e pelo aumento no número de nascimentos, que, de acordo com os dados relativos ao teste do pezinho, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), terão fechado acima dos 85 mil no ano passado, depois de, pela primeira vez, terem ficado abaixo dos 80 mil em 2021.
De referir, por último, e como o JN noticiou, que 2023 fechou com um excesso muito elevado de mortalidade, que se mantém neste novo ano. De acordo com o eVM – sistema de vigilância da mortalidade em tempo real -, desde o dia 24 de dezembro que Portugal está com excesso de mortalidade, com um máximo de 47,4% a 2 de janeiro. Nos últimos sete dias, contabilizam-se 638 óbitos em excesso.