António Costa será o próximo presidente do Conselho Europeu, depois de as três principais famílias políticas europeias terem chegado a um acordo sobre os "cargos de topo" em Bruxelas. Votação decorre na cimeira de líderes que decorre na quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
Corpo do artigo
António Costa está cada vez mais próximo de viajar para Bruxelas para se tornar o próximo presidente do Conselho Europeu, sucedendo ao belga Charles Michel, que ocupa o cargo desde dezembro de 2019. O nome do antigo primeiro-ministro teve luz verde das três principais famílias políticas europeias, durante uma reunião noturna na segunda-feira, por videoconferência. Só falta mesmo o aval dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que deverá acontecer na cimeira de líderes que decorre quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
Segundo adiantou a imprensa alemã, os negociadores dos socialistas, dos liberais e do Partido Popular Europeu (PPE) chegaram a acordo sobre a divisão dos principais cargos da UE. Além da escolha do socialista português para presidir ao Conselho Europeu, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que foi cabeça de lista do PPE, será indicada para um segundo mandato, mas ainda tem de ser eleita por maioria no Parlamento Europeu. A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, do Partido Reformista (liberal), é apontada como a próxima alta representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia.
Seis líderes europeus à frente das negociações
À mesa das negociações que selaram o acordo estiveram dois representantes das mais representativas famílias políticas: o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pelos socialistas; os primeiros-ministros da Grécia e da Polónia, Kyriakos Mitsotakis e Donald Tusk, respetivamente, pelo PPE; e o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro dos Países Baixos Mark Rutte, pelos liberais do Renew Europe.
As conversações sobre os cargos de topo foram fechadas na segunda-feira à noite, mas já tinham começado na semana passada, num jantar informal de líderes da UE. Depois do consenso alcançado pelos seis negociadores, os nomes serão votados pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada de pelo menos 15 dos 27 estados-membros, representando pelo menos 65% da população da União Europeia.
Há meses que o nome do antigo primeiro-ministro, que se demitiu em novembro de 2023 na sequência da Operação Influencer, é apontado ao cargo de presidente do Conselho Europeu, tendo reunido a aprovação de várias figuras políticas.
No discurso de derrota das eleições europeias de junho, que deram a vitória ao PS por um deputado, o primeiro-ministro garantiu o apoio a António Costa. “A AD e o Governo não só apoiarão como farão tudo para que essa candidatura possa ter sucesso”, afirmou então Luís Montenegro.
As reações ao acordo preliminar não tardaram, com vozes favoráveis ao Centro e dissonantes à Direita. O presidente da República considerou “uma alegria” a nomeação de António Costa e o secretário-geral do PS definiu o antecessor como “o político mais bem preparado” para presidir ao Conselho Europeu. Já o presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco reconheceu acompanhar "a satisfação que todos têm de ter um português num alto cargo europeu".
Por outro lado, André Ventura afirmou que está em curso uma operação para “branquear” o antigo primeiro-ministro. "Nem que Cristo desça à terra, eu apoiarei António Costa para o Conselho Europeu", afirmou o presidente do Chega.